MP-Procon recebeu mais de 3 mil reclamações contra a Braiscompany

Os contratos dos clientes que denunciaram esquema da empresa podem chegar a R$ 258 milhões.

O MP-Procon da Paraíba recebeu ao todo 3,3 mil reclamações de ex-investidores da Braiscompany, durante o período em que manteve disponível um formulário público aos lesados pela empresa de Campina Grande.

Em nota, o órgão público de defesa do consumidor indicou que os contratos dos clientes superam R$ 258 milhões. Com a nota publicada na última terça-feira (11), o MP-Procon deixa claro que inicia uma nova fase na apuração do caso.

A nova fase se concentra em analisar qualitativamente os dados fornecidos pelos clientes da empresa, que prometia grandes lucros associados a criptomoedas. Além disso, informações obtidas por meio de um inquérito civil deverão ter uso nas próximas fases.

MP-Procon deverá protocolar ação na justiça contra Braiscompany após reclamações

O órgão ministerial espera reunir informações com as novas denúncias obtidas, já na nova fase procedimental. Assim, são esperadas a adoção de novas medidas de ação cautelar, além das que já tramitam na justiça atualmente.

O promotor de Justiça, Romualdo Tadeu de Araújo Dias, diretor do MP-Procon, explicou que foi feito o balanço quantitativo dos formulários preenchidos, o qual, inclusive, mostra números surpreendentes sobre a atuação da empresa que negociava criptomoedas.

Agora, está sendo realizada uma análise qualitativa das informações e da documentação à disposição do MPPB, destacou o promotor.

“Estamos verificando a possibilidade de novas diligências, bem como a necessidade da adoção de outras medidas judiciais na esfera cível, pleiteando o reconhecimento de irregularidades de natureza consumerista e eventuais danos causados à coletividade.”

Ainda de acordo com informações repassadas pelo MP-Procon, das pessoas que informaram o número de contratos firmados com a Braiscompany, 1.713 disseram que tinham apenas um (o correspondente a 51% do total).

No entanto, houve consumidores que informaram ter feito mais de uma transação com a empresa. Dentre outras situações, 852 relataram ter dois contratos (25,5%); 343 disseram possuir três contratos (10,4%); 164, quatro (4,9%); e 96 reclamantes disseram possuir cinco contratos (2,9%).

Pirâmide de criptomoedas da Braiscompany assolou famílias de Campina Grande

O caso investigado pelo MP-Procon começou ainda em fevereiro de 2023, quando um inquérito civil foi instalado, após várias denúncias. Tudo indica que são milhares de famílias de Campina Grande com prejuízos no esquema, que captou recursos em várias cidades do Brasil.

Durante os anos de sua operação, a Braiscompany ofertava serviços de locação de criptomoedas aos clientes, mas seus contratos não permitiam os saques a qualquer momento. Assim, quando o negócio ruiu, muitos clientes ainda mantinham recursos com os líderes da empresa.

Quando a Operação Halving da PF derrubou a pirâmide financeira e ordenou que suas operações cessassem, muitos se surpreenderam com as mentiras descobertas. Dentre elas a de que a empresa não tinha uma conta na Binance, enquanto alegava ter recursos presos na plataforma.

Antônio Neto e Fabrícia Ais, o casal que fundou o negócio, seguem foragidos e não dão suporte aos clientes em agonia.

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Gustavo Bertolucci
Gustavo Bertoluccihttps://github.com/gusbertol
Graduado em Análise de Dados e BI, interessado em novas tecnologias, fintechs e criptomoedas. Autor no portal de notícias Livecoins desde 2018.

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