O Ministério Público Federal (MPF) efetivou uma denúncia contra um esquema promovido por golpistas que atuavam no mercado de criptomoedas e forex em quatro estados brasileiros.
Ao todo, oito empresários estão entre os suspeitos de operar as empresas de investimentos. Nenhuma delas contava com autorização do Banco Central do Brasil ou Comissão de Valores Mobiliários.
Mesmo assim, atuavam com as promessas de lucros garantidos aos clientes. Desde outubro de 2022, uma das empresas investigadas, a Lotus Business Center travou os saques de clientes.
MPF denuncia oito golpistas que atuavam com criptomoedas, forex e outros investimentos falsos
De acordo com o MPF, o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), identificou que o grupo criminoso movimentou milhões de reais.
A ação do grupo já denunciado para a Justiça Federal se concentrava nos estados do Amazonas, Pará, Rio Grande do Norte e Roraima, região Norte do Brasil.
Os oito empresários suspeitos operavam as empresas Amazon Bank, Group Lotus Corporate e Lotus Business Center. Com isso, captavam clientes para uma suposta assessoria de investimentos, que se mostrou fraudulenta e levou pessoas a prejuízos.
As principais vítimas do esquema eram servidores públicos, que acabavam encorajados a realizar empréstimos consignados em seus bancos para investirem nos esquemas. A captação ocorria pela própria internet, em páginas administradas pelos empresários.
Chama atenção que os golpistas alvos da denúncia do MPF ofereciam investimentos em criptomoedas, forex, opções binárias, utilizando neste último a plataforma IQ Option. Além disso, operações HFT estavam no portfólio ofertados aos clientes.
Em nota, a Assessoria de Comunicação do MPF declarou que os valores investidos passavam pelas contas dos oito empresários denunciados. Assim, eles curtiam uma vida de luxo as custas dos clientes.
“Depois que os clientes aportavam os valores para as empresas do grupo, parte considerável do dinheiro era destinada para contas pessoais dos oito envolvidos no esquema, inclusive por meio de contas de empresas de fachada, e outra parte era destinada para retroalimentar o esquema criminoso. Com os valores, os integrantes do esquema gozavam de uma vida luxuosa, constantemente divulgada pela internet como forma de reforçar a imagem de sucesso profissional como donos de banco e investidores do mercado financeiro.”
Justiça Federal do Amazonas definirá se empresários são culpados
Apesar da denúncia do MPF, os possíveis golpistas acusados de crimes seguem considerados inocentes. A 2.ª Vara da Justiça do Amazonas analisa o processo.
De qualquer forma, o Gaeco pede a condenação dos suspeitos por vários crimes. Dentre eles, o de operação de instituição financeira sem autorização, oferta de valores mobiliários sem autorização da CVM, gestão fraudulenta de instituição financeira, ganhos ilícitos mediante fraudes, exercício de assessoria de investimento não autorizada e, por fim, organização criminosa.
No Reclame Aqui, o Amazon Bank registra algumas queixas de clientes. Mas a página da Lotus Business Corporate tem mais de 110 reclamações de investidores que acusam o negócio de fraude, com saques travados desde outubro de 2022.
O MPF não divulgou o nome dos empresários investigados, mas o espaço segue em aberto para manifestações.
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