Mais de cinco meses após os EUA realizarem a maior apreensão de Bitcoin da história, os quase 100.000 BTC apreendidos continuam parados na mesma carteira. Hoje tal montante é equivalente a mais de R$ 11 bilhões, valendo cerca de 50% menos desde a data de apreensão.
Enquanto a Bitfinex aguarda o desenvolver do processo para que os fundos sejam retornados a mesma, o casal suspeito pelo roubo segue caminhos diferentes. Enquanto Ilya Lichtenstein continua preso, Heather Morgan pagou fiança e agora está procurando por emprego.
Já o token Unus Sed Leo (LEO) segue em alta desde fevereiro. Segundo informações da Bitfinex, parte do montante recuperado será usado para recomprar tal token. Entretanto, isso pode levar anos.
R$ 11 bilhões parados na carteira do governo americano
No início de fevereiro, a comunidade de criptomoedas voltava seus olhos para uma movimentação atípica. Quase 100.000 bitcoins ligados ao hack da Bitfinex eram enviados a uma única carteira após passarem 6 anos parados.
Dias depois, os EUA anunciavam que estavam sobre o controle dos fundos e que haviam indiciado um casal, Ilya Lichtenstein, também conhecido como Dutch, e Heather Morgan, também conhecida como Razzlekhan.
Com a notícia, o token LEO, emitido pela Bitfinex, dobrou de valor com investidores acreditando que a exchange recuperaria seus bitcoins e usaria parte deles para recomprar tal token, como prometido em seu whitepaper.
“Além disso, um valor igual a pelo menos 80% dos fundos líquidos recuperados do hack da BitFinex será usado para recomprar e queimar tokens LEO pendentes dentro de 18 meses a partir da data de recuperação.”
Entretanto, mais de cinco meses após tal apreensão, os 94.643 bitcoins seguem parados na carteira do governo americano. Segundo ex-assistente do procurador dos EUA, tal processo pode levar vários anos.
“Esse processo pode levar muito tempo. Certamente pode levar vários anos antes que alguém veja algum dinheiro.”
Desde então, o Bitcoin entrou em um forte mercado de baixa, fazendo com que este montante desvalorizasse cerca de 50%. De qualquer forma, ainda estão avaliados em mais de 11 bilhões de reais.
Heather Morgan pagou fiança e agora quer trabalhar
Enquanto Ilya Dutch continua detido, Heather Morgan foi liberada após pagar fiança de R$ 15 milhões, ainda em fevereiro, poucos dias após o início do processo, e agora busca continuar sua vida.
Conhecida por seu estilo excêntrico, Morgan entrou com um pedido na última sexta-feira (15) para poder encontrar um emprego enquanto o processo continua. Tal pedido não teria sido negado pelo juiz.
“Heather Morgan pediu a um juiz que modifique as condições de sua libertação pré-julgamento,” cita a Bloomberg. “Para deixar claro que ela ‘pode se envolver em um emprego legítimo e receber renda superior a US$ 10.000 por mês’.”
Por fim, sem previsão de que o processo se encerre logo, é possível que os quase 100.000 bitcoins continuem nas mãos do governo americano por um bom tempo. Enquanto isso, Dutch segue detido e Morgan retomará sua vida, talvez agora de modo menos extravagante.