A Polícia Federal, em conjunto com o Ministério Público Federal, deflagrou na manhã desta terça-feira (26) a Operação CTO, cujo objetivo é combater crimes contra o sistema financeiro e contra o mercado de capitais, em tese cometidos por sócios e colaboradores da empresa especializada em criptomoedas e acusada de golpes, a Braiscompany.
A nova ação trata-se de desdobramento da Operação Halving, deflagrada em fevereiro de 2023, com mandados de busca e apreensão, mandados de prisão, sequestro de bens e suspensão parcial das atividades da empresa investigada.
Com os elementos colhidos nas medidas judiciais, outros crimes e diversos envolvidos foram sendo apontados como participantes do esquema criminoso.
Nos últimos quatro anos, foram movimentados valores equivalentes a aproximadamente R$ 2 bilhões em criptoativos em contas vinculadas aos suspeitos.
Foram cumpridos dois mandados de busca e apreensão nos municípios paraibanos de Campina Grande e Lagoa Seca. As informações são da Polícia Federal da Paraíba, que não concederá entrevistas sobre a Operação CTO.
Braiscompany alvo de quinta operação da PF, desta vez contra sócios e colaboradores
A nova Operação CTO indica uma ação contra o Centro Tático Operacional, chamado na empresa de “CTO”.
Como a ação dos traders pode ter facilitado a perpetuação dos crimes, as investigações aprofundam a coleta de dados relacionados a suas atividades.
A Braiscompany foi uma empresa que começou na Paraíba, se espalhou pelo estado e depois para todo o Brasil. Com sedes em várias capitais, a empresa alega trabalhar com criptomoedas, sob o comando de Antônio Neto Ais e Fabrícia Campos.
Para captar investidores, o casal investigado pela PF oferecia rendimentos acima do mercado com supostas operações da equipe de traders. As vítimas do esquema perderam pelo menos 2 bilhões de reais, apura a polícia.
Relembre outras operações contra a Braiscompany
Tudo começou com atrasos nos pagamentos a clientes em novembro de 2022, quando a Braiscompany começou a apresentar sinais de problemas.
Não demorou até que em fevereiro de 2023, a Operação Halving buscasse o casal de sócios para esclarecimentos. Contudo, eles já haviam fugido de seus endereços e encontra-se foragidos e na lista vermelha da Interpol ainda hoje.
Já em abril de 2023, a PF novamente deflagrou uma nova fase das investigações, por meio da Operação Select. Foram alvos da ação os principais gerentes da pirâmide financeira, que ajudavam nas captações de vítimas.
Um mês depois, em maio de 2023, a Operação Select II novamente cumpriu mandados para aprofundar as investigações contra a fraude financeira.
Por fim, no último mês de julho a Operação Trade-Off deflagrou mais uma etapa de desdobramento da Operação Halving, onde buscou novas informações vitais sobre o crime e seu funcionamento.