O inverno das criptomoedas e a dura realidade: suas lições e aprendizados

Com o grande volume de negociações acontecendo nessas exchanges, elas conseguem obter uma grande margem de lucro nas taxas de corretagem que chega representar o maior faturamento diante de outros produtos de geração de receita que elas possuem.

As demissões ou a parada nas contratações no mercado “Cripto” começaram; sobreviver somente com listagens de shitcoins, shittokens e memecoins atrelando quase que exclusivamente seu modelo de negócio a isso é certeza de má alocação de recursos e falta de visão de longo prazo.

Ao construir contribuindo para o ecossistema Bitcoin permite com que seu empreendimento se mantenha racional e atento aos momentos do mercado ao passo que ele se torna competitivo no longo prazo.

Em períodos de “bear markets”, as exchanges de criptomoedas e startups de tecnologia passaram a adotar medidas cautelosas frente as incertezas financeiras no mercado global, alta de juros e da inflação.

Essas empresas basicamente necessitam de dinheiro barato para crescerem, todas elas se beneficiaram de uma ampla e massiva quantidade de dinheiro aportado por venture capital (VCs) e bancos centrais pelo mundo que injetaram dinheiro na economia ao longo dos últimos anos e agora estão tendo que enxugar liquidez dos mercados.

Abordando especificamente o caso das exchange de criptomoedas

Com a chegada do “inverno cripto” muitas dessas empresas estão tendo que demitir funcionários, parar contratações e reduzir as despesas operacionais. Como é o caso da maior exchange brasileira Mercado Bitcoin e algumas das maiores exchanges internacionais como Coinbase e Gemini.

Basicamente para entendermos o modelo de receita que dar grandes lucros a essas exchanges, se dá através da listagem de novas altcoins e tokens de diferentes classificações seguindo o hype do momento como as buzzwords: NFTs, DeFi, Metaverso, DAOs, Web3, Play to Earn e qualquer moda do momento como as Memecoins.

Com toda essa euforia no mercado diversas pessoas passaram a entrar nessas plataformas para especular e obter lucros, seja através do mercado spot quanto nos derivativos onde muitos usuários inexperientes acabam sendo liquidados e perdendo suas posições.

Com o grande volume de negociações acontecendo nessas exchanges, elas conseguem obter uma grande margem de lucro nas taxas de corretagem que chega representar o maior faturamento diante de outros produtos de geração de receita que elas possuem.

Com toda essa irracionalidade no mercado essas empresas “promissoras” passam a ganhar as atenções dos VCs que derramam “rios de dinheiro” para que essas empresas aumentem as suas operações e atraiam mais usuários para plataforma a partir daí a listagens de novos tokens passam a ser constantes e indiscriminadas, justamente para que a receita de corretagem suba.

É neste processo que a má alocação de recursos acontece, no âmbito do capital onde se investe em operações que dão lucros de curto/médio prazo e quando chega o “inverno cripto” essas mesmas operações passam ficar caras de se manter; na parte de novas contratações para desenvolver e incluir novos aspectos técnicos e suporte na plataforma.

Como conclusão esses recursos foram sendo usados de forma ineficientes para atender objetivos de curto/médio prazo, ao passo que comprometem a saúde da empresa no longo prazo.

Assim como aconteceu em 2016/2017 quando ouve a euforia dos ICOs e quando chegou 2018 ouve o bear market e muitas exchanges tiveram problemas com baixas receitas e muitas delas fecharam as portas e muitos investidores perderam dinheiro; somente as empresas mais preparadas com acesso a dinheiro continuaram a sobreviver.

Fica claro que os Vcs que aportam dinheiro e os executivos dessas exchanges estão mais preocupados em bombear tokens em cima do varejo, sendo muitos deles claramente inúteis, assim várias exchanges entram no jogo “cripto” pela alta lucratividade das negociações em suas plataformas.

Aproveitam o quanto podem e sabem que no final 99% dos tokens desaparecem ou entram em irrelevância por não ser mais o “token da moda” no final do momento de euforia onde qualquer coisa irrelevante sobe.

Para que os investidores de varejo acreditem que “tal moeda vai ser a bola da vez” e assim se forme o ambiente ideal para um novo hype, o movimento coordenado de casas de análise cripto, portais de notícias, insiders, VCs cripto, influenciadores cripto e exhanges passam a bombardear o máximo de conteúdo (vídeos, notícias, relatórios etc.) na tentativa de fazer com que uma criptomoeda ganhe sucesso e seu preço suba.

Mal sabem os investidores de varejo que todas essas pessoas acumularam tokens bem antes de uma subida meteórica promovido pelo próprio varejo e assim quem está no “topo” consegue despejar esses tokens com lucro nas pessoas que compram depois, vide as memecoins, tokens DeFi, tokens de metaverso, tokens de jogos etc.

Há também outros problemas como na derrocada completa de uma altcoin, como foi no caso da Terra Luna/UST onde diversas exchanges e critpo influenciadores promoveram este scam e causou grandes problemas no mercado.

Houve também o caso da rede Solana que ficou conhecida como Ethereum killer e virou queridinha de muitos no mercado cripto e que agora se mostra uma rede ineficiente onde a cada momento acontece uma paralização em suas operações; e outro caso bem hilário depois do “sucesso” da Dogecoin como memecoin mais famosa, foi a vez da famigerada Shiba Inu outra memecoin que passou a ser listada em diversas exchanges em que as mesmas se beneficiaram das taxas de negociações e vários noobs perderam dinheiro especulando.

Muito pior que scamers (golpistas) neste mercado critpo são os que eu chamo de “otimistas inescrpulosos” (termo cunhado por Roger Scruton), que são essas pessoas influentes, onde elas não levam em conta o custo do fracasso ou fazem considerações dos piores cenários e como dito no livro de Scruton:

Quando lhe pedem que faça escolhas sob condições de incerteza, o otimista inescrupuloso imagina o melhor resultado e supõe que não precisa considerar nenhum outro. Ele se devota apenas a um resultado e ou esquece de levar em conta o custo do fracasso – ou então – e este é o aspecto mais pernicioso – tenta transferir esse custo para os outros” (SCRUTON, 2015, p. 25 / livro: As vantagens do Pessimismo)

Muitas pessoas ingênuas ávidas para ganhar dinheiro fácil acabam perdendo seus recursos ao “investirem” nesta montanha de “lixo cripto” promovidos e financiados por estes atores irresponsáveis que muitas vezes mal citam o Bitcoin em seus relatórios ou falas pois sabem que se essas pessoas ingênuas compreenderem o ideal do Bitcoin elas não irão se sujeitar a pôr dinheiro em shitcoins.

Isso foi bem analisado na thread no twitter do Cory Klippsten @coryklippsten (CEO da Swan Bitcoin.

Diante dessa realidade com toda a irracionalidade no mercado o culto aos novos projetos de tokens por partes dessas empresas, fazem com que elas melhorarem suas infraestruturas voltado ao Bitcoin como a implementação de novas funcionalidades e melhorias (Lightning Network, Liquid, SegWit, BIPs de melhorias etc.).

Muitas exchanges não estão interessadas em construir e desenvolver uma infraestrutura voltada para o Bitcoin, a nova internet do dinheiro, muitas dessas empresas incluindo os VCs que investem em cripto foram cooptadas pelo canto da sereia cripto/blockchain ou qualquer outra buzzword.

Empresas que constroem para o ecossistema Bitcoin possuem mais chances de equacionar seu crescimento e investimentos, pois o Bitcoin trás o senso de inovação com mais responsabilidade vislumbrando o longo prazo.

Os otimistas escrupulosos do Bitcoin, trazendo novamente as palavras do Scruton:

Os otimistas escrupulosos sabem que vivem em um mundo de limitações, que alterar essas limitações é difícil e que as consequências de fazê-lo são frequentemente imprevisíveis. Eles sabem que podem muito mais facilmente ajustar a si próprios do que modificar as limitações sob as quais vivem, e que deveriam trabalhar nisso continuamente, não apenas pelo bem de sua própria felicidade e daqueles que amam e que dependem deles, mas também pelo bem da atitude do “nós” que respeita as constantes das quais nossos valores dependem, e que faz o máximo possível para preservá-las” (SCRUTON, 2015, p. 35 / livro: As vantagens do Pessimismo)

Todas as novas tecnologias empolgantes estão sendo construídas sobre o Bitcoin e em quanto essas empresas focadas em bitcoin estão contratando em massa durante o mercado em baixa as empresas de shitcoin anunciam demissões devido justamente as suas preferencias temporais serem destorcidas.

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Alan Schramm
Alan Schramm
UX Designer; bitcoinheiro; Coautor do livro "Bitcoin Red Pill - O Renascimento, Moral, Material e Tecnológico"; Interesses por: filosofia libertária, economia austríaca, cultura digital, tecnologia e inovação.

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