Operação Copacabana prende hacker aliado de brasileiro procurado pela Interpol por roubar criptomoedas de vítimas

Líder da quadrilha internacional mora em Copacabana no Rio de Janeiro e tem mandado de prisão internacional junto à Interpol, segundo autoridades argentinas.

Na última semana a Polícia Federal da Argentina, em Buenos Aires, deflagrou a Operação Copacabana, contra uma quadrilha de hackers especializada no roubo de credenciais bancárias de suas vítimas.

De acordo com informações divulgadas sobre a operação, o líder máximo da quadrilha é um brasileiro que mora em Copacabana, no Rio de Janeiro, por isso o nome da operação. Mas com um braço na Argentina, o grupo corria contra o tempo para instalar nos dispositivos eletrônicos de suas vítimas um vírus trojan chamado “Grandoreiro”.

Após sua instalação, os criminosos conseguiam acesso às máquinas das vítimas, entre pessoas físicas e empresas também. Assim, roubavam o que podiam de informações que levavam ao roubo de dinheiro destas.

Operação Copacabana prende hacker de 24 anos, aliado de brasileiro procurado pela Interpol

De acordo com informações divulgadas pelo Ministerio Público de Buenos Aires, cinco mandados de busca e apreensão e três detenções foram o resultado da investigação de vários meses que conseguiu desmantelar parte de uma associação criminosa que operava na Argentina, com fraudes a vítimas por meio de um vírus Trojan.

As buscas ocorreram na cidade de Mariano H. Alfonzo e na capital da Argentina, Buenos Aires.

A investigação teve início após uma denúncia apresentada no início do ano passado, que permitiu às autoridades identificar uma quadrilha composta por pelo menos dez membros que usavam um vírus Trojan denominado “Grandoreiro“, apelidado de “a máquina“.

Por meio dele, os criminosos conseguiam assumir o controle das contas bancárias pessoais e empresariais das vítimas para, uma vez obtidas as informações, esvaziá-las e transferir grandes quantias de dinheiro para contas de diferentes entidades, como Mercado Pago, Banco Galicia, Naranja X e ClaroPay, entre outras.

Um hacker de apenas 24 anos era o responsável por receber os valores subtraídos das vítimas, converter em criptomoedas, e depois enviar para o líder máximo da organização, um brasileiro procurado pela Interpol.

A PFA não divulgou a identidade do brasileiro, mas identificou que ele recebia 70% dos valores roubados pela quadrilha, enquanto 30% permanecia em solo argentino. As investigações apuraram que o criminoso do Brasil pode ter recebido R$ 650 mil com as fraudes, ou seja, 110 milhões de pesos, conforme apurado pelo La Opinion.

Polícia Federal da Argentina apreendeu arma com hackers
Polícia Federal da Argentina apreendeu arma com hackers. Divulgação.

Líder brasileiro chamava célula argentina de “Los Chicos”

A investigação apurou que o jovem hacker roubava suas vítimas com dados obtidos de suas contas de internet banking. Enquanto a vítima reiniciava o computador após o roubo das informações, os hackers corriam para operar sua manobra criminosa.

Assim, o valor chegava em contas de laranjas, e depois para contas do jovem hacker argentino. Os laranjas levavam 10% do valor roubado, enquanto os outros 90% seguiam para operações de criptomoedas.

Com as criptomoedas, 70% do valor era enviado ao brasileiro líder, que mora na região de Copacabana, e os outros 30% ficava com o hacker argentino. Depois ele enviava os valores para conta de seu pai e irmão e sacava em bancos.

De acordo com o MPBA, durante os procedimentos mencionados, foram apreendidos itens chave para o caso, que comprometem ainda mais os acusados. A complexidade do esquema criminoso, a quantidade de pessoas envolvidas e os valores milionários fraudados foram determinantes para classificar os fatos como associação criminosa e fraude informática.

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Gustavo Bertolucci
Gustavo Bertoluccihttps://github.com/gusbertol
Graduado em Análise de Dados e BI, interessado em novas tecnologias, fintechs e criptomoedas. Autor no portal de notícias Livecoins desde 2018.

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