Operação Cripto Car bloqueia R$ 3,4 milhões em bitcoin no Brasil, 5.824 BTCs

Ministério da Justiça e Segurança Pública saiu em apoio a Polícia Civil do Estado de São Paulo e de Goiás

O Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP) coordenou a Operação Cripto Car na quarta-feira (10) para desarticular uma organização especializada em crimes financeiros. As autoridades policiais de Goiás e São Paulo bloquearam cerca de R$ 3,5 milhões em valores convertidos especificamente para bitcoin durante as diligências.

Agentes de segurança cumpriram 26 medidas cautelares em quatro municípios do estado de São Paulo para desmobilizar o esquema interestadual. As equipes executaram dez mandados de prisão temporária e 16 ordens de busca e apreensão nas cidades de Guarujá, Mauá, Santo André e na capital paulista.

A investigação rastreou a quantia exata de 5,854 bitcoins sob posse da rede criminosa durante o monitoramento das transações. Esse montante equivale a R$ 3.399.247,63 e tem a finalidade de descapitalizar o grupo para garantir o ressarcimento das vítimas das fraudes.

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O Grupo de Repressão a Estelionato e outras Fraudes da Polícia Civil de Goiás liderou a iniciativa com apoio técnico de departamentos cibernéticos federais. O diretor de Operações Integradas e de Inteligência da Senasp, Rodney da Silva, comentou: “A Operação Cripto Car é um exemplo da atuação estratégica e coordenada entre os entes federativos no combate ao crime organizado digital“.

Uso de bitcoin na lavagem de capitais e origem da investigação após denúncias de estelionato

Os detetives iniciaram o inquérito após a identificação de uma fraude específica envolvendo a venda de um veículo de luxo em uma plataforma digital. A transação comercial de uma Mercedes CLA45 AMG resultou em um prejuízo financeiro de R$ 530 mil para a vítima inicial identificada pela polícia.

A apuração policial revelou a existência de vítimas do grupo em pelo menos oito estados brasileiros, incluindo Minas Gerais e Rio Grande do Sul. O grupo utilizava engenharia social complexa e documentos falsos para simular negociações legítimas com os compradores interessados.

Criminosos se passavam por representantes de concessionárias e multinacionais ao usar telefones com DDDs compatíveis com os estados de origem dos alvos. As vítimas transferiam valores bancários para empresas de intermediação financeira vinculadas diretamente a corretoras de criptoativos sob controle dos fraudadores.

Os autores do crime convertiam imediatamente esses recursos para bitcoin e pulverizavam o saldo em diversas carteiras digitais para ocultar o rastro. Rodney da Silva completou: “O uso de inteligência e de tecnologia permitiu rastrear fluxos financeiros ilícitos, promovendo uma resposta efetiva às fraudes eletrônicas e à lavagem por meio de ativos virtuais”.

Estrutura da organização e movimentação financeira em criptomoedas

O Laboratório de Tecnologia contra Lavagem de Dinheiro revelou uma estrutura especializada na ocultação de ativos durante a apuração. O grupo criava contas fraudulentas em exchanges de bitcoin ao utilizar documentos manipulados digitalmente das próprias vítimas para burlar os sistemas de verificação de identidade.

Os operadores fragmentavam os valores transferidos e os movimentavam em tempo real para carteiras privadas antes da reconversão em moeda nacional. Uma das empresas investigadas movimentou R$ 56,9 milhões em apenas seis meses através desses canais ilícitos de operação financeira.

A polícia identificou três núcleos definidos na organização que cobriam o controle financeiro, a lavagem via doleiros e o fornecimento de identidades para abertura de contas. A operação recebeu o nome de Cripto Car em referência ao uso de automóveis como isca e à utilização de criptomoedas para dispersão de valores.

Os dez indivíduos detidos enfrentarão indiciamentos pelos crimes de estelionato eletrônico, associação criminosa e lavagem de capitais conforme o Código Penal. As penas somadas para essas infrações penais podem ultrapassar 21 anos de reclusão além da aplicação de multas determinadas pelo judiciário.

A Polícia Civil de Goiás mantém a análise do material apreendido e compartilha as provas obtidas com as corporações de outros estados. O Ministério da Justiça orienta cidadãos lesados a procurarem a delegacia mais próxima para o registro formal da ocorrência.

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Gustavo Bertolucci
Gustavo Bertoluccihttps://github.com/gusbertol
Graduado em Análise de Dados e BI, interessado em novas tecnologias, fintechs e criptomoedas. Autor no portal de notícias Livecoins desde 2018.
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