Operação desarticula quadrilha de sequestradores que receberam mais de R$ 2 milhões em bitcoin

A transparência da blockchain está sendo o principal inimigo de criminosos que acreditam que o Bitcoin seja um ambiente propício para fugir das garras da justiça.

O Ministério Público deflagrou a Operação Kirvem na manhã desta sexta-feira (9). Seu objetivo é desarticular uma quadrilha que recebeu mais de R$ 2 milhões em bitcoin após sequestro de duas pessoas em Ribeirão Preto em maio deste ano.

A operação contou com o apoio de cerca de 50 políciais civis, bem como membros e servidores do Ministério Público de São Paulo (MPSP), órgão que está atuando em conjunto com o CyberGaeco e a Polícia Civil de SP na solução do caso.

No total foram emitidos seis mandados de prisão temporária, bem como nove de busca e apreensão. A ação policial está sendo realizada em simultâneo em quatro estados: Ceará, Maranhão, Tocantins e São Paulo.

Operação foca em quadrilha de sequestradores que receberam bitcoin após pedido de resgate

Segundo informações oficiais, os sequestradores tinham conhecimento prévio de que as vítimas eram investidores de criptomoedas. Sendo mais preciso, é notado que a quadrilha sabia até mesmo que os bitcoins eram mantidos em uma carteira de hardware.

Com os criminosos tendo este conhecimento, a vítima precisou transferir o equivalente a R$ 2 milhões em Bitcoin para que a liberação do casal sequestrado em maio deste ano.

Após o recebimento do montante, a quadrilha então pulverizou a quantia em mais de 120 endereços de bitcoin diferentes, tentando ocultar a origem do dinheiro. Entretanto, o MPSP aponta que isso não impediu o rastreamento e a identificação dos envolvidos.

“Os criminosos tinham conhecimento desta informação, tinham conhecimento privilegiado de que a vítima possuía uma carteira de criptomoedas avaliada em mais de R$ 2,5 milhões”, apontou o Delegado Gustavo André Alves. “As investigações apontaram os beneficiários por essas transferências de bitcoins, identificamos então seis criminosos envolvidos nesta ação criminosa.”

Sendo assim, a Operação pode ter sido um sucesso graças a transparência da blockchain e ao trabalho de investigação das autoridades, que também contaram com o apoio do Núcleo de Operações com Criptoativos do Ministério da Justiça e Segurança Pública.

Até o momento, quatro pessoas já foram presas. Indo além, o Delegado também apontou a identificação de uma central de criptomoeda na cidade de Imperatriz, no Maranhão, local que funcionava como uma sede que abrigava a maioria dos criminosos que já possuíam histórico de outros crimes financeiros.

Bitcoin está se provando um péssimo terreno para criminosos

Como apontado acima, a transparência da blockchain está sendo o principal inimigo de criminosos que acreditam que o Bitcoin seja um ambiente propício para fugir das garras da justiça.

Nos EUA, por exemplo, autoridades estão até mesmo resolvendo casos de mais de uma década cujos montantes em bitcoin ultrapassam a quantia de bilhões de reais. Portanto, com a especialização da polícia, é possível esperar a solução de mais casos antigos, bem como agilidade em novos.

De qualquer forma, investidores precisam criar a sua própria segurança, evitando exposição desnecessária para não virar alvo de bandidos. Afinal, a situação pode colocar não apenas suas finanças em risco como também suas vidas.

A operação é decorrente de um sequestro que o Livecoins noticiou em primeira mão em junho deste ano. De acordo com o advogado Raphael Souza, as investigações que culminaram na operação Kirvem iniciaram a partir da comunicação do crime e laudo pericial de análise de blockchain encomendado pelo seu escritório, o R Souza Advocacia.

“Assim que o cliente nos procurou, contratamos com urgência, perícia técnica para identificar o destino dos criptoativos subtraídos. Em tempo recorde o trabalho extrajudicial identificou que a maior parte dos bitcoins haviam sido transferidos para diversos endereços das corretoras de criptomoedas Binance e Bitso.

Uma das corretoras bloqueou os ativos após notificação extrajudicial que enviamos. Já a outra, apenas garantiu o bloqueio por 7 dias. Assim, através de ação judicial conseguimos liminar para bloqueio da outra parte dos criptoativos.

Uma menor parte dos bitcoins foram movidos para corretoras internacionais e wallets privadas. Felizmente, com o sucesso da operação Kirvem, principalmente no tocante a ordem de busca e apensão, estamos esperançosos que o restante das criptomoedas sejam aprendidos para futura reparação da vítima, nosso cliente.

Por fim, comemoramos o papel da exchange que realizou o bloqueio preventivo dos ativos, ao judiciário pelo deferimento de liminar e ao Ministério Público e Polícia civil pela brilhante operação que sem dúvida é uma resposta à vítima e a sociedade contra o crime organizado.”

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Henrique HK
Henrique HKhttps://github.com/sabotag3x
Formado em desenvolvimento web há mais de 20 anos, Henrique Kalashnikov encontrou-se com o Bitcoin em 2016 e desde então está desvendando seus pormenores. Tradutor de mais de 100 documentos sobre criptomoedas alternativas, também já teve uma pequena fazenda de mineração com mais de 50 placas de vídeo. Atualmente segue acompanhando as tendências do setor, usando seu conhecimento para entregar bons conteúdos aos leitores do Livecoins.

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