O Ente Provincial Regulador de la Energía de Entre Ríos (EPRE), na Argentina, compartilhou uma publicação que alerta para um alto consumo de energia de soluções de inteligência artificial, como o ChatGPT, e a mineração de bitcoin.
Originalmente publicada pelo El Espanol, recebeu atenção da EPRE na última segunda-feira (20), sendo compartilhada em sua página oficial do governo argentino.
Com isso, está claro que as novas soluções de inteligência artificial, associadas a um alto consumo elétrico, podem começar a passar por problemas com reguladores latinos.
Órgão público de energia da Argentina publica alerta contra ChatGPT e mineração de bitcoin
Na publicação em destaque no EPRE, o estudo indica que manter uma base de inteligência artificial pode resultar em altos custos energéticos.
Como a Inteligência Artificial depende de processamento de dados e constante atualização, o estudo aponta que o treinamento de um algoritmo e sua atualização consome muita energia. Além disso, milhões de processadores, placas gráficas, discos e memórias são utilizados no processo.
O próprio ChatGPT 3, por exemplo, consome o mesmo que 120 casas dos EUA em um ano, segundo pesquisadores da Universidade de Berkeley.
Os custos de treinamento de um algoritmo são de apenas 40%, em comparação com o seu uso real no cotidiano, quando milhões de requisições são realizadas por usuários. Normalmente rodando em nuvens de grandes empresas como Google, Microsoft e Amazon, pesquisadores da IA já começam a buscar formas de conter o consumo da nova tecnologia, que ganhou impulso em 2023.
Mineração de bitcoin, pesquisas no Google e outros itens que consomem energia, segundo levantamento
O estudo compartilhado pela EPRE ainda joga luz na mineração de bitcoin, outra inovação dos últimos anos responsável por aumentar consumo de energia.
Além disso, comenta que as pesquisas no Google, citando dados de 2021, consomem muito energia, assim como a navegação no YouTube, que anualmente registra um grande lançamento de dióxido de carbono na atmosfera.
Nem a Netflix passou impune do novo estudo, que ainda lembrou que 1 hora em frente ao serviço de streaming é o mesmo que estourar quatro pacotes de pipoca em um micro-ondas.
Vale lembrar que o avanço da tecnologia é uma realidade enfrentada em todos os países, que entrou ainda mais em cena após a pandemia da Covid-19, quando muitas atividades se tornaram exclusivamente digitais. E como o digital depende de energia, tanto empresas quanto países buscam formas de trabalhar o assunto de olho na sustentabilidade.
A própria comunidade de mineradores de bitcoin tem lutado para melhorar a imagem da atividade, após críticas de Elon Musk em 2021, quando a Tesla deixou de aceitar a moeda como meio de pagamento.