O gigante de pagamentos PayPal está pausando o lançamento de sua criptomoeda própria enquanto os reguladores aumentam pressão sobre o setor. A stablecoin do PayPal seria lastreada pelo dólar e estava programada para ser lançada nas próximas semanas, mas o projeto foi adiado enquanto a empresa busca entender o cenário regulatório em constante mudança.
A preocupação do PayPal foi reforçada pela investigação do Departamento de Serviços Financeiros do Estado de Nova York contra a Paxos Trust Co., com a qual a empresa estava trabalhando em seu projeto de stablecoin. Embora a Paxos seja regulamentada e se comprometa com a proteção do consumidor, a investigação trouxe incerteza para o projeto.
As stablecoins são destinadas a manter um valor definido e algumas são sustentadas por uma reserva correspondente de ativos. O PayPal havia anunciado seu interesse em lançar sua própria stablecoin em 2020, como parte de sua iniciativa de criptomoedas.
A empresa afirmou que, se e quando decidir avançar com o projeto, trabalhará de perto com os reguladores relevantes. Além da investigação da Paxos, o PayPal também está sendo investigado pelo US Consumer Financial Protection Bureau em relação a pagamentos acidentais do aplciativo Venmo.
“Estamos explorando uma stablecoin”, disse Amanda Miller, porta-voz do PayPal à Bloomberg, em comunicado por e-mail. “Se e quando buscarmos avançar, iremos, é claro, trabalhar em estreita colaboração com os reguladores relevantes.”
Stablecoins na mira das autoridades
O Departamento de Serviços Financeiros de Nova York (NYDFS) está investigando a Paxos Trust Company, empresa sediada em Nova York que emite stablecoins como o Paxos Dollar e Binance USD.
A Paxos informa em seu site que as reservas de ambas as stablecoins emitidas são mantidas integralmente em dinheiro e títulos do tesouro americano e são lastreadas 1:1 pelo dólar americano. A Binance USD é a terceira maior stablecoin do mundo, de acordo com a CoinGecko, com um valor de US$ 900 milhões.
Após o colapso do ecossistema Terra LUNA, o NYDFS publicou um relatório com diretrizes para stablecoins, visando garantir a segurança adequada dos ativos. O objetivo do departamento é proteger os consumidores e as instituições das ameaças e vulnerabilidades decorrentes da volatilidade do mercado de criptomoedas.
Acredita-se que o colapso da FTX e de muitas outras empresas de criptomoedas forçou o departamento a iniciar várias investigações ao mesmo tempo, inclusive contra a Paxos.
Esta não é a primeira investigação do NYDFS sobre stablecoins este ano. Em janeiro, o departamento chegou a um acordo de US$ 100 milhões com a unidade americana da Coinbase, que supostamente permitiu que os clientes abrissem contas sem o devido controle.