Na manhã desta quinta-feira (10), cerca de 250 agentes da Polícia Federal (PF) cumpriram mandados de busca e apreensão em cinco estados em uma operação chamada “Shipping Box“, contra uma quadrilha que utilizava ouro e o Bitcoin em parte do esquema.
Foram expedidos pela justiça 34 mandados de prisão contra alvos da organização criminosa, que tem como sede a região sul do país. O principal crime cometido, segundo as investigações, seria o tráfico internacional de drogas.
Durante as investigações da PF, em operação conjunta com a Receita Federal, já haviam sido apreendidas 6 toneladas de cocaína, que seriam enviadas do Brasil para o exterior. A droga era levada para fora com uso de portos, em grandes carregamentos.
“A Polícia Federal, com apoio da Receita Federal, deflagrou nesta manhã (10/6) a operação “Shipping Box”, cujo objetivo é desmantelar uma grande organização criminosa instalada no sul do País, voltada à prática do crime de tráfico internacional de drogas, notadamente por meio da remessa de grandes cargas de cocaína a partir de diversos portos do Brasil.”
PF deflagra operação contra organização criminosa em 15 cidades de 5 estados
Durante a manhã desta quinta os mandados seguem sendo cumpridos em 15 cidades de 5 estados, divulgou a PF em nota. A operação ocorre nos “Santa Catarina (Joinville, Itapoá, Jaraguá do Sul, São Francisco do Sul, Itajaí, Navegantes, Balneário Piçarras, Barra Velha, Itapema, Canelinhas e Criciúma), Paraná (Paranaguá), Rio Grande do Sul (Rio Grande), São Paulo (Mogi Mirim) e Rio de Janeiro (Cabo Frio)“.
Para escoar os carregamentos, a quadrilha recrutava funcionários dos portos brasileiros, que facilitavam a entrada das drogas no local. Além disso, eram criadas empresas de fachada, com foco em logística, que simulavam o carregamento de cargas lícitas, mascarando as atividades de tráfico de drogas.
Segundo a PF, a maior parte da droga vinha da Bolívia, sendo escoada para regiões do próprio Brasil e Europa. Até o momento, oito pessoas já foram presas e encaminhadas para delegacias. Se condenados, os suspeitos podem pegar até 30 anos de prisão.
Quadrilha teve bens apreendidos, ouro e bitcoin eram utilizados para lavagem de dinheiro
Em nota, a PF ainda disse que já sequestrou diversos ativos da organização criminosa. Chamou atenção para a quantidade de 68 veículos apreendidos, 23 imóveis e 2 embarcações. Além disso, 30 contas bancárias utilizadas para lavagem de dinheiro foram bloqueadas.
“Dando cumprimento à diretriz da PF no sentido da desarticulação patrimonial do crime organizado, estão sendo sequestrados 68 veículos, 23 imóveis e 2 embarcações, bem como sendo realizado o bloqueio de 30 contas bancárias de vários investigados.”
Como parte do esquema de lavagem de dinheiro, a PF ainda encontrou indícios que empresas fictícias da quadrilha lavavam dinheiro com criptomoedas e ouro, não sendo informado quantidade pela autoridade.
“A PF já detectou, em meio ao tráfico, indicativos de um esquema de lavagem de dinheiro por alguns dos investigados através da constituição de empresas fictícias e aquisição de ativos como ouro e até mesmo de criptomoedas.”
A Polícia Federal em Joinville ainda dará mais esclarecimentos sobre o caso em entrevista coletiva nesta quinta.