Agente da PF cumpre mandados de busca em operação contra hackers que roubaram milhões do governo federal. Divulgação/PF.
A Polícia Federal (PF) cumpriu, nesta quarta-feira (21), a Operação Gold Digger contra hackers investigados pelo roubo de milhões de reais do Governo Federal. A investigação encontrou indícios de que os criminosos ocultavam valores, em parte com uso de corretoras de criptomoedas.
O objetivo da operação era o de desarticular a organização criminosa especializada em fraudes eletrônicas e no furto de recursos públicos por meio do Sistema Integrado de Administração Financeira (SIAFI), utilizado por diversos órgãos governamentais.
O SIAFI, criado em 1987, é um sistema que permite o controle e o acompanhamento da execução do Orçamento Geral da União, registrando os pagamentos feitos pela conta única do Tesouro Nacional. Após as fraudes, contudo, o sistema tem atualizado os acessos desde julho de 2024, conforme apurado pelo Livecoins na própria página do sistema.
De acordo com a PF, estão sendo executados 19 mandados de busca e apreensão, além de três mandados de prisão temporária em Minas Gerais, Bahia, Rio de Janeiro, São Paulo e no Distrito Federal.
A investigação começou após a descoberta de desvios de recursos públicos por meio de pagamentos irregulares e revelou um esquema sofisticado. O esquema envolvia acessos não autorizados ao Siafi do Governo Federal, utilizando credenciais falsas de ordenadores de despesas.
Até agora, foram identificados furtos que somam cerca de R$ 15 milhões, além de tentativas de desvio de mais de R$ 50 milhões.
A organização criminosa empregava técnicas avançadas de invasão cibernética, como campanhas de phishing através do envio de SMS com links maliciosos para roubar dados dos destinatários e a emissão fraudulenta de certificados digitais para acessar contas e autorizar pagamentos indevidos.
Para receber os valores desviados, o grupo utilizava contas de intermediários, conhecidos como “laranjas”, e ocultava essas operações através de instituições de pagamento e exchanges de criptomoedas. Participaram das investigações além da PF, a Abin, o Tesouro Nacional e o Banco Central do Brasil.
Em nota, a PF declarou que os investigados poderão responder pelos crimes de invasão de dispositivo informático, furto qualificado mediante fraude, organização criminosa e lavagem de dinheiro.
Além disso, a comunicação da Polícia Federal no Brasil reafirmou seu compromisso com a segurança do dinheiro público nacional e contra crimes cibernéticos.
“A Polícia Federal reafirma seu compromisso com a proteção do patrimônio público e o combate a crimes cibernéticos, mantendo-se dedicada à identificação de todos os envolvidos e à recuperação dos valores desviados. As investigações continuarão até a completa desarticulação da organização criminosa e a responsabilização de seus integrantes.”
O nome da operação, Gold Digger, faz alusão ao termo em inglês que literalmente significa “escavador de ouro” ou “minerador”, refletindo o caráter meticuloso e persistente das violações na extração ilícita de grandes quantias de dinheiro público.
Além disso, o termo possui um sentido pejorativo, utilizado para descrever pessoas que se associam a outras com o objetivo de obter vantagens financeiras, o que reflete o modus operandi dos envolvidos, que buscam se aproveitar dos recursos públicos para lucro próprio.
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