Polícia Federal derruba nova pirâmide e cria canal para denúncias

PF prendeu um casal que arrecadou R$ 10 milhões com falso robô de investimentos. Cúmplices do faraó dos bitcoins também foram encontradas no exterior pela PF com ajuda da Interpol.

A Polícia Federal do Brasil criou um canal para denúncias de pirâmides financeiras, após prender um casal suspeito de praticar crimes contra o sistema financeiro nacional.

As pirâmides financeiras são crimes que consistem em captar recursos de investidores, que são pagos na medida em que novos participantes entram no esquema.

Para sustentar o golpe por mais tempo, os clientes dos negócios fraudulentos devem fazer um investimento inicial, taxa essa que vai criando a base de clientes da pirâmide e “pagando certinho” os antigos membros.

Pirâmides financeiras com notas
Pirâmides financeiras com notas

Em dado momento, novos clientes param de chegar ao negócio, momento em que a fraude começa a entrar em colapso e deixa de pagar os investidores.

Os últimos investidores que entram são os mais afetados, visto que não tiveram tempo de recuperar nem mesmo o investimento inicial. No Brasil, a competência de se investigar pirâmides financeiras são de Ministérios Públicos estaduais e polícias civis, mas alguns crimes contra o sistema financeiro nacional são investigados pela Polícia Federal.

Polícia Federal derruba nova pirâmide financeira em Itajaí e cria canal de denúncias

A polícia federal do Brasil cumpriu nesta quinta-feira (1), 4 mandados em Itajaí, no Estado de Santa Catarina. Os alvos foram um casal e duas de suas empresas, que tiveram mandados de busca e apreensão expedidos pela justiça.

O casal foi alvo de mandados de prisão que já foram cumpridos, segundo informações da própria PF. A Operação GUITAR foi a responsável por apurar o caso, que pode ter deixado R$ 10 milhões de prejuízos a investidores.

Chama atenção que o casal utilizava a desculpa de operações no mercado financeiro nacional, com day trade e swing trade com uso de robôs de operações automatizadas.

Após captar os recursos dos clientes, entre 2019 e 2021, o casal cortou o suporte e deixou de responder os investidores, que desesperaram ao perceber que perderam tudo.

“Porém, ao final de 2021, a empresa bloqueou os saques e seus sócios deixaram de manter contato com os clientes, deixando-os no prejuízo. A Justiça Federal decretou a indisponibilidade, arresto e sequestro de ativos patrimoniais relacionados a quatro pessoas investigadas, físicas e jurídicas.”

Para combater novos esquemas de pirâmides, a PF anunciou nesta quinta a criação do canal de denúncias via e-mail sobre casos suspeitos. O E-mail é denunciapiramides.iji@pf.gov.br.

Duas cúmplices do Faraó dos Bitcoins foram presas no exterior

A PF anunciou no dia 31 de agosto de 2022 que prendeu também duas cúmplices do faraó dos bitcoins, Glaidson Acácio dos Santos, na República Dominicana.

As prisões foram realizadas pela Interpol, que já está encaminhando às duas suspeitas para o Brasil, para responder pelos seus crimes.

No momento da prisão, a venezuelana e outra brasileira estavam acompanhadas de seus maridos, que também eram suspeitos, mas tiveram suas ordens de prisão revogadas. Assim, eles não serão extraditados com as esposas, que devem chegar ao Brasil nos próximos dias.

Às duas suspeitas em fuga eram responsáveis pelo administrativo do esquema investigado, responsáveis pelos pagamentos aos clientes, suspensos desde 2021.

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Gustavo Bertolucci
Gustavo Bertoluccihttps://github.com/gusbertol
Graduado em Análise de Dados e BI, interessado em novas tecnologias, fintechs e criptomoedas. Autor no portal de notícias Livecoins desde 2018.

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