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Por que os institucionais querem Ethereum?

Alguém está vendendo o Ethereum como sonho de consumo

Desde agosto de 2018, o Ethereum não ultrapassava a cotação de 0,045 BTC. Nem mesmo o boom de finanças descentralizadas foi suficiente. Cabe lembrar que no final de março o valor travado em smart contracts havia atingido 47 bilhões de dólares.

Foi somente no final de abril que a criptomoeda finalmente decolou, atingindo seu maior nível desde agosto de 2018 ante o Bitcoin. O motivo? Declarações favoráveis de gigantes do mundo financeiro tradicional.

Não é possível saber se algum determinado grupo percebeu a “brecha” criada pela discussão do uso de energia suja na mineração de Bitcoin, mas o movimento ganhou força logo em seguida.

Chuva de relatórios com o mesmo discurso

Primeiro, tivemos no final de abril o banco JP Morgan, que divulgou um relatório afirmando que a melhora na liquidez e utilização da rede Ethereum tornaram o ativo mais atrativo que o Bitcoin.

Na mesma semana, o analista Simon Peters, da eToro, afirmou que “neste momento, o Ethereum sem dúvida tem mais potencial para aplicações e casos reais, possibilitando um ecossistema maior do que o Bitcoin.” Em seguida, acrescentou que “o preço do Ethereum pode subir num ritmo mais alto.”

Em 21 de maio foi a vez do banco de investimentos Goldman Sachs, que em seu relatório “Crypto: A new asset class?” afirmou que Ethereum é uma melhor reserva de valor do que o Bitcoin, por ter mais aplicações, e inclusive cita o investidor Mike Novogratz da Galaxy Digital.

Mais recentemente, foi a vez de Mark Cuban, o bilionário dono do Dallas Mavericks da NBA, que além de fã incondicional de Dogecoin, declarou grande interesse na capacidade do Ethereum de executar smart contracts, incluindo as finanças descentralizadas (DeFi), além de permitir que outras plataformas funcionem em seu blockchain.

Analistas ignoram riscos do ETH 2.0

É fácil vender o discurso de criptomoeda com diversos casos de uso, incluindo “camada base” para a Web 3.0 e demais aplicações. Tudo que os institucionais querem é algum projeto onde consigam certo controle, seja criando cestas de liquidez privadas em protocolos de DeFi, ou dominando a governança por conta do tamanho de sua posição.

Não bastasse a complexidade que é colocar em prática o ETH 2.0, é necessário que as aplicações DeFi façam updates para migrar individualmente.

A nova rede cria canais paralelos de processamento para elevar a capacidade, e abandona a mineração em troca da Prova de Participação (Proof of Stake).

Enquanto isso, redes competidoras incluindo Binance Smart Chain (BSC) ganham uma importante fatia de mercado oferecendo um serviço mais centralizado, porém mais rápido e barato.

Em suma: os institucionais almejam um “Bitcoin” que possa ser controlado, e alguém está vendendo o Ethereum como sonho de consumo.

Resta saber se isso não vai virar pesadelo.

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Marcel Pechman
Marcel Pechman
Marcel Pechman é trader e analista de criptomoedas desde 2017. Atuou como trader por 18 anos nos bancos UBS, Deutsche e Safra. Além de YouTuber em seu canal RadarBTC, foi reconhecido em diversas premiações como um dos maiores interlocutores do Bitcoin do país. Maximalista convicto, acredita na falência da moeda fiduciária, aquela emitida por governos.

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