Produtor de filmes lança criptomoeda para superar Netflix e é investigado

Chamado Flik, aplicativo seria financiado por investidores que compraram criptomoeda. Produtor comprou Ferrari com dinheiro e nunca lançou novidade.

Um produtor de filmes lançou uma criptomoeda afirmando aos investidores que seu projeto superaria a Netflix no futuro. Após o lançamento da iniciativa, ele foi investigado pelo FBI nos Estados Unidos, e agora é réu em um processo de fraude contra seus clientes.

Em 2017, o projeto foi divulgado pela primeira vez no Bitcoin Talk, com seus divulgadores informando que tal iniciativa seria a revolução do entretenimento. Naquele ano surgiram inúmeras promessas associadas com criptomoedas, na famosa febre das Ofertas Iniciais de Criptomoedas (ICOs).

Entre os principais nomes do projeto estava Ryan Felton, um produtor de filmes de Atlanta nos EUA. Ele chegou a utilizar a imagem do ator e rapper Clifford Harris, conhecido por TI, vencedor de três Grammy Awards para promover a moeda, mesmo que o cantor não soubesse da associação de sua imagem.

O projeto logo chamou atenção de investidores, mas o que muitos não sabiam onde estavam entrando.

Produtor de filmes que lançou criptomoeda para superar Netflix confessa fraude contra investidores

Como a Netflix é um dos símbolos do atual entretenimento digital, ao lado de grandes empresas como Amazon Prime Video, Disney Plus, entre outros, esse é um setor que certamente chama atenção de investidores.

Para superar a Netflix então, o produtor Ryan Felton lançou a criptomoeda FLiK, que deveria conduzir os avanços do entretenimento. Contudo, ele acabou utilizando todo o recurso captado com investidores para sustentar uma vida de luxo e não realizou o que havia prometido.

Na última quinta-feira (21), o Departamento de Justiça dos EUA, em um julgamento contra o acusado, divulgou que ele confessou os crimes de fraudes contra os investidores, no quarto dia do seu julgamento.

Para o procurador dos EUA Ryan K. Buchanan, ele utilizou a tecnologia para cometer uma fraude antiga.

“O réu usou a tecnologia do século 21 para perpetrar uma fraude antiga: mentir para os investidores para roubar seu dinheiro e financiar seu próprio estilo de vida luxuoso. A convicção de Felton deve servir como um aviso para quem procura capitalizar a tecnologia emergente para vitimizar os outros”

A investigação conduzida pelo FBI descobriu que após o ICO da moeda, o golpista vendeu os tokens no mercado e causou queda que afetou inúmeros investidores. Transferindo o dinheiro para suas contas, ele comprou um Ferrari 599 GTB Fiorano Coupe e uma residência de luxo.

Outro ICO, outro golpe

Após prometer superar a Netflix e nada cumprir, o produtor lançou outra criptomoeda em 2018. Chamada CoinSpark, a nova moeda seria para o lançamento de uma corretora de negociação de moedas digitais, que angariou mais dinheiro de investidores.

Da mesma forma que a primeira, o golpista em série captou os recursos e desviou para suas contas bancárias, para manter sua vida de luxo. Com sua confissão agora em 2022, a justiça espera imputar uma dura pena a ele, que tem 12 acusações de fraudes para responder.

O caso ilustra os riscos de se confiar em criptomoedas novas, que normalmente não se sustentam por muito tempo.

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Gustavo Bertolucci
Gustavo Bertoluccihttps://github.com/gusbertol
Graduado em Análise de Dados e BI, interessado em novas tecnologias, fintechs e criptomoedas. Autor no portal de notícias Livecoins desde 2018.

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