O halving do Bitcoin, marcado para o próximo mês de maio de 2020, poderá ser o mais importante de todos. Isso porque, a moeda ganhará um destaque em relação aos principais índices econômicos mundiais.
De acordo com um analista, a moeda digital ganhará uma imensa visibilidade com este evento. O halving do Bitcoin, para quem ainda não sabe o que é, possui relação com a mineração da moeda.
Para criar Bitcoins, Satoshi Nakamoto implementou um mecanismo de consenso chamado de Proof Of Work. Neste, máquinas específicas disputam a criação de um bloco na rede, obtendo uma recompensa ao encontrar. Atualmente, a recompensa por bloco encontrado é de 12,5 BTC (R$ 463 mil). A cotação do Bitcoin em real utilizou o preço em R$ 37 mil, registrado em 18 de janeiro.
A cada 210 mil blocos encontrados, que dá em média quatro anos considerando a atual taxa de emissão de blocos, a recompensa é diminuída pela metade. Ou seja, menos bitcoins são criados com os blocos, até que se chegue ao limite máximo de 21 milhões de moedas mineradas. Em maio de 2020, a recompensa por bloco passará a ser de 6,25 BTCs (R$ 231 mil).
Halving do Bitcoin é importante, próximo pode ser mais
De acordo com o criptoanalista Peter C. Earle, pesquisador do Instituto Americano de Pesquisa Econômica, o próximo halving do Bitcoin será destaque. As motivações para esse destaque é que o halving diminuirá a inflação do Bitcoin.
Em um processo de emissão de moedas, o processo de inflação é sempre uma importante medida a ser considerada. Caso a inflação seja alta, há um enorme aumento de preços dos produtos, que acaba por sufocar investimentos e compras da população.
No FED, Banco Central dos EUA, é esperado que haja uma inflação de 2% na emissão de Dólar em 2020. A inflação do país, baseada em IPC, é esperada para fechar este ano em cerca de 1,9%, segundo Peter.
Contudo, com a diminuição da recompensa por bloco do Bitcoin, a moeda digital estará inflando 1,8% ao ano. Fica claro que a medida inflacionária da moeda ficará menor que da principal potência do mundo, ou seja, o evento dará destaque econômico para o Bitcoin.
Peter lembrou ainda que o Bitcoin tornará a compra de um produto mais barata com o tempo. Ou seja, a moeda possui um caráter deflacionário, que é contrário da inflação, quando os preços ficam mais caros.
Inflação do Bitcoin é controlada por algorítimos pré-programados
Para Peter, a política econômica do Bitcoin é contrária a realizada pelos Bancos Centrais. Os BCs normalmente imprimem dinheiro para jogar no mercado, incentivando o consumo, principalmente através de Quantitative Easing (QE).
Essa prática, também chamada de Flexibilização Quantitativa, envolve criar dinheiro novo. O impacto é direto na inflação, uma vez que os preços da economia sobem. Alguns bancos centrais fazem isso, inclusive, quando há risco de deflação na economia.
Para Peter, o halving assim como a quantidade de emissão limitada em 21 milhões de moedas, faz com que o Bitcoin seja contrário ao ideal de Bancos Centrais. O analista afirmou que o Bitcoin possui a prática de Quantitative tightening (QT), contrária ao QE.
Também chamado de aperto quantitativo, o QT torna o Bitcoin ainda mais atrativo do ponto de vista econômico em relação a outras moedas. Como a inflação do Bitcoin é controlada pelo próprio algoritmo, não há dúvidas do funcionamento desta na economia. Ou seja, o Bitcoin poderá, a partir do próximo halving de maio, ser considerado importante e de destaque econômico mundial.