Um relatório publicado pela CoinShares na segunda-feira (28) mostra dados abrangentes sobre mineradoras públicas (listadas em bolsas) e privadas de Bitcoin.
Além de mostrar quanto cada empresa gasta para minerar 1 Bitcoin, que pode variar entre US$ 33.925 e US$ 81.014, a pesquisa também mostra os custos invisíveis por trás dessas operações, incluindo a depreciação dos equipamentos.
Após o halving de abril, que diminuiu a recompensa base de cada bloco pela metade, mineradoras estão pressionadas. No longo prazo, alguns investidores temem até mesmo pela segurança da rede, cada vez mais dependente das taxas de transação.
Segundo dados da CoinShares, datados de 14 de setembro, a CleanSpark é a minedora com o menor custo para minerar 1 Bitcoin. Seus gastos são de apenas US$ 33.925 por Bitcoin, hoje cotado a US$ 72.000.
Na outra ponta do gráfico aparece a Bitdeer, fundada por Jihan Wu, com um gasto de US$ 81.014 por Bitcoin. Ou seja, a mineradora estaria tendo prejuízo em sua operação.
Uma das variáveis dessa equação são os próprios equipamentos. Segundo pesquisa da F2Pool, poucas máquinas estão rentáveis após o halving de abril e o aumento do hash rate da rede.
Embora a eletricidade continue sendo um dos maiores gastos, a CoinShares destaca diversos outros custos que cada mineradora possui.
Dentre eles estão despesas gerais e administrativas (SG&A), salários baseados em ações da empresa (SBC) e custos de depreciação e amortização (D&A). Por outro lado, algumas possuem incentivos fiscais e receitas que abatem parte desses gastos, sendo representados à esquerda do gráfico.
Portanto, somado todos os custos, apenas Cormint, CleanSpark e Core Scientific aparecem com lucros. “A maioria dos mineradores permanece amplamente não lucrativa na maior parte dos trimestres devido à natureza da mineração de Bitcoin”, comentou a CoinShares.
“Uma analogia útil é a da perfuração de petróleo: se todos os mineradores extraíssem do mesmo poço de petróleo, os futuros vencedores seriam aqueles que gastassem mais em capex (despesas de capital) para expandir sua frota o mais rápido e eficientemente possível”, explica a Coinshares. “Mas, à medida que mais petróleo é extraído, ele se torna mais difícil de alcançar, exigindo um capex cada vez maior para minerar a mesma quantidade e permanecer competitivo. Além disso, a recompensa pela mineração de petróleo é reduzida pela metade a cada quatro anos, independentemente das condições externas.”
“Como resultado, os mineradores são forçados a aumentar a produção e cortar custos enquanto a economia da mineração piora. Com a receita em declínio, levantar capital adicional e reduzir os custos de energia é a única outra forma de apoiar o balanço patrimonial e financiar o capex.”
Por fim, vale notar que muitas mineradoras estão aproveitando suas instalações e conhecimentos para migrar, parcial ou totalmente, para o setor de Inteligência Artificial e atender a demanda desse novo mercado.
Comentários