Quanto o Bitcoin valia há um ano? Entenda quatro pontos que mudaram tudo

Preço rompeu alta histórica no mercado, com crescimento de 460% em doze meses.

Muitas pessoas estão acompanhando o movimento de preço do Bitcoin romper a alta histórica, visto que há um ano a moeda valia bem menos.

Nesta quarta (20), o preço ultrapassou o recorde anterior de maio de 2021 quando chegou aos US$ 64.800,00, alcançando até o momento a cotação máxima de US$ 67 mil em algumas corretoras.

Essa explosão que fez romper o preço mais alto da moeda em Dólar acabou chamando mais a atenção em uma semana marcada pelo noticiário do Bitcoin no mercado tradicional.

Assim, entenda o que pode ter mudado para que o preço do Bitcoin explodisse no mercado.

1- Mais empresas aceitando Bitcoin como meio de pagamento

Se tem uma situação que pode ter influenciado o preço do Bitcoin surgir com força no último ano, uma delas é certamente a adoção desse meio de pagamento por empresas e pessoas.

No dia 20 de outubro de 2020, quando a Bloomberg anunciava que o Bitcoin fazia topo duplo e era cotado no mercado em apenas US$ 12 mil, muitos não imaginavam que um ano depois o preço seria de US$ 67 mil, com uma alta de 460%.

“Bitcoin ultrapassou US$ 12.000 pela primeira vez em mais de um mês”.

Desde então, o Bitcoin passou a ser aceito por grandes empresas como meio de pagamento, sendo a Tesla uma delas. Outra que passou a aceitar Bitcoin foi a maior rede de cinemas do mundo, AMC, assim como o DJ David Guetta, que colocou um apartamento de R$ 70 milhões à venda em troca da moeda digital.

Esses casos pontuais, mas expressivos de grandes figuras, mostram que o comércio com criptomoedas tem crescido e deve crescer ainda mais nos próximos anos.

No Brasil, por exemplo, há um movimento em Jericoacoara que pretende tornar a moeda socialmente aceita em todo comércio local.

2- Reserva de valor

Nos últimos anos o Bitcoin surgiu como uma opção de reserva de valor, que até então tinha como protagonista o ouro, metal precioso que há séculos protege investidores de crises financeiras.

Contudo, em 2021 o Bitcoin ganhou força neste sentido, sendo abraçado por grandes investidores, inclusive o homem mais rico do mundo, Elon Musk, um fã confesso do Bitcoin como reserva de valor. Suas empresas Tesla e SpaceX já compraram a moeda e mostram um cenário promissor para essa narrativa.

O Bitcoin alcançou o status após ter um melhor desempenho no mercado que o ouro, principalmente no ano de 2021. Enquanto no consolidado do ano que mais preocupa investidores pela alta da inflação, o ouro perde 7% de valor enquanto o Bitcoin valoriza 130%.

Retorno do Bitcoin em 2021, ouro, Ethereum, SPX, Dólar e WTI
Retorno do Bitcoin em 2021, ouro, Ethereum, SPX, Dólar e WTI /Crédito: Skew

Nesta quarta-feira (20), após o Bitcoin superar a máxima do mercado, o lendário investidor de fundos de hedge Paul Tudor Jones lembrou em um programa da CNBC que as criptomoedas estão ganhando do ouro como ativo de proteção contra a inflação.

Durante sua fala, Tudor Jones afirmou que os temores com a inflação são grandes e a crise que está por vir pode ser pior que se imaginava. Para ele, investidores não devem se expor ao ETF de Bitcoin em bolsas, mas sim diretamente a moeda como proteção de patrimônio.

3- Legalidade perante órgãos públicos

Um dos receios em anos anteriores de muitos investidores é se o Bitcoin era uma moeda ilegal, o que se mostrou uma narrativa falsa com o passar dos anos. Isso porque, além de ser uma tecnologia que funciona de qualquer lugar do mundo como meio de pagamentos e reserva de valor, esta não tem nada que a coloque como ilegal.

Assim, a aprovação do primeiro ETF de Bitcoin no Brasil pela B3 e CVM, ocorrido nos últimos meses, acabou legitimando essa moeda em uma economia da América Latina. Essa movimento acabou sendo seguido pela NYSE nos Estados Unidos na última terça (19), quando o BITO começou a ser negociado.

Se como produto de investimento o Bitcoin ganhou reconhecimento, isso acabou acontecendo também em El Salvador, primeiro país a colocar essa como moeda de curso legal, sem entrar aqui no mérito da polêmica dessa ação.

Tudo aconteceu no último ano, 365 dias de pura emoção que culminaram em uma alta estrondosa para a maior moeda digital do mundo.

4- Tecnologia do Bitcoin segue evoluindo e mostrando que está pronta para grande adoção

Em 2021, um assunto que muito se falou foi sobre a implementação do Taproot na rede Bitcoin, uma grande atualização que deve acontecer no mês de novembro próximo e que promete deixar a moeda mais robusta.

Além dessa atualização grande, a implementação da Lightning Network segue crescendo, tornando pagamentos com Bitcoin baratos e rápidos. Essa evolução em uma camada da rede chama atenção, fato que acabou também registrando um recorde nesta quarta com sua capacidade sendo expandida.

“A Lightning Network atingiu um recorde histórico de capacidade de 3.113 bitcoin.”

Independente de quanto valia há um ano, todos esses cenários, enfim, legitimam a alta do Bitcoin e coroam o bom momento da moeda no mercado, que mesmo banida pela China, enfrentou barreiras e continuou a crescer em vários sentidos, sendo possivelmente uma grande moeda do futuro.

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Gustavo Bertolucci
Gustavo Bertoluccihttps://github.com/gusbertol
Graduado em Análise de Dados e BI, interessado em novas tecnologias, fintechs e criptomoedas. Autor no portal de notícias Livecoins desde 2018.

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