Enquanto o bitcoin segue um novo movimento de alta no Brasil, impulsionado pelo Dólar, registrando até um novo recorde de preço seis meses após o halving de 2024, muitos investidores têm motivos de sobras para comemorar.
No entanto, outros que operaram vendidos contra o bitcoin já não conseguem compartilhar do mesmo sentimento otimista. Um deles pode ser o Thiago Nigro, conhecido como Primo Rico.
Isso porque, no início de agosto de 2024, ele declarou publicamente que vendeu todos os seus bitcoins adquiridos nos últimos anos. Na ocasião, o bitcoin experimentava queda e Nigro disse ter feito um “ótimo negócio”.
Além disso, ele publicou um gráfico com a cotação de cada bitcoin em R$ 380 mil, indicando que vendeu tudo naquela região. Contudo, como o preço do bitcoin caia para R$ 318 mil, Nigro indicou que a queda de quase 20% após sua venda lhe dava tranquilidade.
Como o influencer não divulgou publicamente que recomprou seus bitcoins em uma cotação inferior, tudo indica que ele segue vendido em bitcoin e perdendo a oportunidade com a nova alta.
Quanto Thiago Nigro tinha de bitcoin e ethereum em seus investimentos públicos?
Se analisarmos os números, fica claro que, embora Nigro tenha evitado uma queda imediata, ele perdeu a oportunidade de lucrar com a valorização subsequente. Assim, ao observar apenas o curto prazo, essa estratégia se mostrou mais especulativa do que baseada em fundamentos de longo prazo, já que as flutuações do bitcoin são comuns.
Publicamente, no dia 25 de julho de 2024, próximo do anúncio da venda de todos os bitcoins, Thiago Nigro gravou o programa Rumo ao Bilhão 74. Em um trecho do programa, ele divulgou ter uma posição de R$ 2.606.482,00 milhões só em Bitcoin, com 20% de seu patrimônio em criptomoedas, totalizando R$ 3,93 milhões em ativos digitais.
Já no final de agosto de 2024, ele publicou no Rumo ao Bilhão 75 que tinha realizado a venda de 6,24 bitcoins, a um preço médio de R$ 380.055,94 cada. A venda lhe rendeu R$ 2,371 milhões.
Já em Ether, a criptomoeda da rede Ethereum, ele declarou que vendeu 70,31 ETH, a R$ 18.812,87 cada, lhe rendendo R$ 1,3 milhão. Além disso, Nigro vendeu vários ativos, como ações listadas na bolsa, inclusive da Vale.
Quanto o Primo Rico perdeu se continuou de fora do bitcoin, e qual resultado da venda de ethereum?
Após as vendas do Primo Rico, o preço do Bitcoin passou por uma queda, chegando a R$ 318 mil no final de agosto e, mais tarde, a R$ 303 mil no início de setembro. Nesse período, Thiago declarou em suas redes sociais que havia feito um “ótimo negócio” ao evitar essas quedas.
Contudo, o cenário mudou em outubro, com o preço do Bitcoin recuperando-se para R$ 392 mil em 18 de outubro, o que indicou uma valorização subsequente após a venda.
Caso Thiago Nigro tivesse mantido seus 6,24 BTCs, ele teria R$ 2.446.080,00, um valor R$ 74.530,93 a mais do que os R$ 2.371 milhões que obteve com a venda, representando um custo de oportunidade de 3,14%.
No caso do Ethereum, o preço em 18 de outubro estava em R$ 15.198,17, uma queda significativa em relação ao preço de venda. Se ele tivesse mantido seus 70,31 ETH, teria agora R$ 1.068.583,33, o que resultaria em uma perda de aproximadamente R$ 254.149,56 em comparação com o valor que ele obteve com a venda em agosto.
Em resumo, enquanto o Bitcoin se recuperou, o Ethereum teve uma desvalorização contínua, confirmando que a venda de Ethereum foi uma escolha mais acertada.
O gráfico abaixo mostra a evolução dos preços de Bitcoin e Ethereum durante o período em que o Primo Rico anunciou que vendeu todas as suas criptomoedas.
Qual a queda necessária para que o Primo Rico volte a comprar bitcoin sem tanto prejuízo?
Para o Bitcoin, embora tenha evitado perdas temporárias, Thiago acabou perdendo a oportunidade de lucrar com a recuperação posterior da moeda. Considerando um investidor com uma visão de longo prazo, essa alta, ainda que pequena, pode ser significativa, especialmente ao analisar o tamanho da posição que Thiago Nigro detinha em bitcoin.
Assim, para que o Primo Rico possa recomprar os bitcoins pelo preço que vendeu, o valor do bitcoin precisaria cair 1,99% em relação à cotação do dia 19 de outubro, que estava em R$ 387.754,79. Isso faria com que o preço voltasse para o nível de venda original de R$ 380.055,94, minimizando um pouco as perdas da operação.
Mas se o bitcoin continuar a se valorizar, a decisão de não recomprar pode começar a pesar ainda mais no retrospecto de sua estratégia.