Assim como acontece aqui no Brasil, órgãos governamentais realizam leilões de objetos e bens apreendidos de irregularidades fiscais, processos de falência e muitos outros. No entanto, o que está ficando comum e provavelmente será uma preocupação futura é a apreensão de bitcoins e outras criptomoedas.
Só em 2021 a Receita Federal dos EUA apreendeu US$ 1,2 bilhão (R$ 6,2 bilhões), com boa parte desses valores sendo leiloados.
De acordo com a CNBC, a apreensão e leilão de criptomoedas é algo que vem acontecendo com cada vez mais frequência nos EUA, com a justiça apreendendo os ativos em diversas ações contra irregularidades fiscais.
Em um caso recente, o lote 4TQSCI2140200 de uma apreensão relacionada a uma investigação relacionada a evasão fiscal, continha cerca de US$ 21 mil em Litecoin e Bitcoin Cash.
Enquanto essas apreensões podem parecer novidade, a verdade é que o governo dos EUA já está acostumado com essas ações, com a apreensão de bitcoins se tornando comum em operações que envolvem grandes valores.
R$ 6,21 bilhões em criptomoedas em 2021
Jarod Koopman, diretor da unidade de cibercrimes da IRS (Receita Federal dos EUA), falou sobre essas apreensões e sobre como o ano de 2021 tem batido recordes de valores apreendidos, indo muito além das apreensões nos anos anteriores.
“Durante o ano fiscal de 2019 nós apreendemos cerca de US$ 700 mil em criptomoedas. Em 2020 nós aprendemos US$ 137 milhões. Até agora, em 2021, nós apreendemos US$ 1.2 bilhões.”
De acordo com a CNBC, promotores e agentes federais sugeriram que os EUA não pretendem deixar de realizar os leilões dessas criptomoedas apreendidas.
O aumento de um ano para o outro é tão grande que o governo não está conseguindo lidar com a quantidade de criptomoedas apreendidas. O governo chegou até a pedir ajuda do setor privado para conseguir armazenar a grande quantidade de criptomoeadas que estão sendo apreendidas.
A notícia também detalha que a apreensão de bitcoins por parte do governo começou após o desmantelamento da Silk Road e a apreensão de 30 mil bitcoins de Ross Ulbricht.
A partir de então foi criada toda uma rede para conseguir rastrear, aprender e até mesmo saber o que fazer com essas criptomoedas no futuro. Mas ainda assim, o governo “está para trás” e correndo atrás de métodos para lidar com esse tipo de apreensão.
Segundo Jud Welle, que foi promotor federal que lidava com crimes cibernéticos por 12 anos, ele acredita que no futuro esse tipo de coisa será apreendida durante o treinamento de forças regulatórias e da lei.
“Eu observei que o governo costuma estar há alguns passos atrás dos criminosos quando o assunto é inovação e tecnologia. Esse não é o tipo de coisa que você aprende no treinamento básico. Mas eu acredito que em três ou cinco anos… haverá manuais editados e atualizadas com ‘Como rastrear criptomoedas’, ‘Como realizar apreensão de criptoativos’.”, disse Welle.
Por fim o dinheiro arrecadado com vendas de criptomoedas apreendidas nesses casos costuma ir para as obras de infraestrutura do governo. E vale ressaltar que o aumento de 2019 para 2021 nas apreensões não significa que os crimes estão ficando mais comuns, mas sim que o governo está ficando mais eficiente em rastrear carteiras de criptomoedas.