A Receita Federal do Brasil (RFB) deflagrou uma nova operação contra um esquema envolvendo criptomoedas em São Paulo, contando com apoio da polícia civil para cumprir 52 mandados contra os suspeitos.
Batizada de “Operação Fractal”, essa é mais uma operação contra esquemas de lavagem de dinheiro e evasão de divisas no Brasil.
Como a RFB é a autarquia responsável pela apuração de crimes fiscais, houve uma grande investigação que apurou o envolvimento de várias empresas no crime.
As suspeitas são de que bilhões de reais tenham sido movimentados pelo esquema criminoso, agora alvo das autoridades.
Receita Federal deflagra operação contra empresas suspeitas de utilizarem criptomoedas em crimes
Com a operação Fractal, a Receita Federal do Brasil em parceria com a Polícia Civil de São Paulo tinha o objetivo de desmantelar um bilionário esquema de remessas de dinheiro ilícito ao exterior, realizado em diversas etapas e por diversos operadores.
Os valores fruto de crimes passavam por várias empresas idôneas do país até ser enviado ao exterior, normalmente via criptomoedas, acredita a RFB. Como as empresas eram estruturadas em níveis similares a de um fractal, a operação recebeu esse nome.
Entre as empresas alvos de mandados da receita estão consultórios odontológicos, gravação de som e edição de música, filmagem de festas e eventos, administração de obras, serviços de pré-impressão, lavanderias, entre outros mais.
Algumas empresas se denominavam como grupos empresariais, mas a receita identificou que elas possuem atividades distintas, com titulares diferentes e não são grupo de fato.
Assim, o esquema é composto por empresas fantasmas, uma fraude complexa cujo objetivo é lavar dinheiro e ocultar a origem ilícita dos ganhos que chegam em diversas contas bancárias, que posteriormente são enviados ao exterior, inclusive com ajuda de criptomoedas.
Uma movimentação financeira de mais de R$ 4 bilhões, remetidos ao exterior entre 2021 e 2022, já foi identificada. Durante a investigação, houve compartilhamento das informações entre a Receita Federal e Polícia Civil de São Paulo, que também investigava os alvos envolvidos no esquema.
Participaram da operação na última terça-feira (5) cerca de 100 servidores da Receita Federal e 200 da Polícia Civil.
Empresas de turismo chamaram atenção para crime
A Receita Federal do Brasil divulgou que as investigações começaram após empresas de turismo chamarem a atenção com o recebimento de notas fiscais fruto da atividade de sonegação. Os valores então eram encaminhados para empresas de importação e exportação, que não existiam fisicamente.
Com os valores, tais empresas de importação e exportação contavam operadores de criptomoedas, que utilizavam serviços de câmbio para realizar suas operações.
O nome das empresas e suspeitos não foram divulgados pela Receita Federal do Brasil, que segue investigando o caso.