A Receita Federal do Brasil divulgou nesta segunda-feira (5) que houve um recorde de declarações de criptomoedas por CPF no mês de julho de 2022, assim como um maior número de operações feitas por mulheres.
Desde 2019, a receita brasileira emitiu uma ordem que instrui a todos os traders de criptomoedas brasileiros a declararem informações, sejam elas feitas em corretoras ou não.
A autarquia reúne dados dos últimos três anos associados ao mercado de criptomoedas brasileiro, que ainda não tem uma regulamentação específica.
Quem investe em criptomoedas segue pagando impostos para a autarquia em caso de lucros nas negociações. Com alguma frequência, a RFB libera alguns dados públicos sobre essas operações no país.
Receita Federal registra recorde de declarações de criptomoedas por CPF em julho de 2022
A Receita Federal ficou dois meses sem atualizar os dados do mercado de criptomoedas brasileiro, após o mês de maio de 2022 registrar o recorde de declarações totais no ano, com R$ 16,9 bilhões enviados em informações.
De fato, este mês segue sendo o de maior destaque em números de declarações, visto que em junho e julho de 2022 os valores registrados foram de R$ 13,7 e R$ 12,2 bilhões, respectivamente. Ou seja, menos contribuintes enviaram declarações nesses meses.
O mês de julho de 2022, mesmo com menos declarações enviadas para a Receita Federal, foi o maior período desde 2019 em que CPFs únicos enviaram informações, com 1.336.715 pessoas físicas declarando suas negociações.
Chama atenção que o Bitcoin se manteve como a a segunda moeda mais negociada pelos brasileiros em julho de 2022, atrás da Tether (USDT).
Entre as 10 criptomoedas mais negociadas, estão a Decred (DCR), Ethereum (ETH), Cardano (ADA) e Solana (SOL) na última posição.
Mulheres podem ter responsabilidade no aumento com maior movimentação feminina com criptomoedas
O que chama atenção no perfil de declarações enviadas para a Receita Federal do Brasil por investidores de criptomoedas, além do recorde de CPFs únicos, é o número de operações realizadas por pessoas do sexo feminino.
Dados da RFB apontam que, em julho de 2022, as mulheres foram responsáveis por 18,5% das operações com criptomoedas no Brasil, o maior percentual desde 2019, que foi quando os dados começaram a ser enviados pelos contribuintes brasileiros.
Considerando que julho foi o mês com mais CPFs únicos e o maior percentual de mulheres declarando operações, isso pode indicar que mais pessoas do sexo feminino se mostraram interessadas no mercado neste período.
Receita se capacitando sobre o tema
A Receita Federal do Brasil está se tornando cada vez mais capacitada quando se trata do tema de criptomoedas.
Além de acompanhar os dados enviados pelos contribuintes e recolher impostos, recentemente a RFB pagou um curso de criptomoedas para uma centena de servidores.
Isso mostra que além dos dados recolhidos, os fundamentos desse mercado são cada vez mais conhecidos pela autarquia.