Regulamentação do G20 promete rigidez sobre criptomoedas

Além de “estabilidade”, os reguladores também estão buscando uma maneira de criar leis globais. Afinal, hoje muitas empresas da indústria driblam facilmente leis locais ao criar sedes em outras jurisdições.

Em documento publicado nesta segunda-feira (10), intitulado Roteiro do G20 para Melhorar os Pagamentos Transfronteiriços, o Conselho de Estabilidade Financeira (FSB) aponta que “muito já foi feito” em relação às criptomoedas, mas há muito mais a ser realizado em termos de regulamentação.

Como destaque, o texto aponta que diversos bancos já possuem exposição a criptomoedas. Seguindo, nota que o BIS está realizando um ótimo trabalho ao cobrir tais atividades.

“Em particular, é enfatizada a necessidade de um mecanismo de estabilização eficaz.”

Sendo assim, a palavra-chave do “Roteiro do G20” é estabilidade. Afinal, o FSB foi criado em 2009, logo após o estouro da bolha imobiliária americana, que acabou gerando uma crise econômica global.

Mais regulamentação para as criptomoedas

Com o avanço da adoção das criptomoedas, reguladores precisaram agilizar seus trabalhos durante a alta de 2021. Embora o mercado de baixa tenha dado um tempo extra para os mesmos, como relatado por Jerome Powell do Fed, um quadro regulatório global parece estar chegando.

Além de criptomoedas sem lastros, outro ponto destacado pelo FSB são as stablecoins. Afinal, muitos acreditam que elas possam ganhar mais uso no dia a dia do que outras criptos mais voláteis, como o Bitcoin.

“A comunidade regulatória internacional está monitorando de perto os desenvolvimentos no setor de stablecoins e identificando possíveis impactos desse segmento em mercados financeiros mais amplos.”

Portanto, ainda que as stablecoins possam facilitar transações internacionais, países com moedas fracas correm o risco que sua economia adote, ainda que informalmente, ativos lastreados em outras, como o dólar.

“Como o setor de stablecoin está evoluindo rapidamente com potencial para ter um impacto em escala global, será necessária muita atenção em torno do gerenciamento de risco”, continua o documento do G20. “O CPMI […] está considerando se e como o uso de stablecoins bem projetadas e gerenciadas poderia melhorar os pagamentos internacionais, abordando os atritos existentes, quais oportunidades e desafios que isso acarretaria, e como isso poderia impactar as funções centrais dos bancos centrais.”

Portanto, além de “estabilidade”, os reguladores também estão buscando uma maneira de criar leis globais. Afinal, hoje muitas empresas da indústria driblam facilmente leis locais ao criar sedes em outras jurisdições.

G20 acompanha chegada das CBDCs

Outro ponto abordado pelo documento do G20 é a chegada das CBDCs, servindo de concorrência às criptomoedas. Entretanto, hoje a maior preocupação está relacionada sobre a interoperabilidade de moedas digital de bancos centrais.

“O relatório conclui ainda que não existe um modelo único para acesso e interoperabilidade dos sistemas de CBDC.”

Contudo, sistemas de pagamentos transfronteiriços tradicionais, como o SWIFT, afirmam que já conseguem solucionar este ponto, prometendo que conseguem ligar até mesmo sistemas antigos com os futuros.

Por fim, podemos esperar que governos lutem para manter sua soberania, não permitindo que o setor privado ofereça soluções melhores para a população na economia. Agora, basta saber se eles apresentarão boas alternativas ou apenas matarão a concorrência com mais burocracia.

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Henrique HK
Henrique HKhttps://github.com/sabotag3x
Formado em desenvolvimento web há mais de 20 anos, Henrique Kalashnikov encontrou-se com o Bitcoin em 2016 e desde então está desvendando seus pormenores. Tradutor de mais de 100 documentos sobre criptomoedas alternativas, também já teve uma pequena fazenda de mineração com mais de 50 placas de vídeo. Atualmente segue acompanhando as tendências do setor, usando seu conhecimento para entregar bons conteúdos aos leitores do Livecoins.

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