De acordo com Roberto Campos Neto, presidente do Banco Central do Brasil (BCB), regular o Bitcoin, que ele chama de “criptoativo”, é irrelevante no Brasil hoje.
Na última segunda-feira (24), o Bacen divulgou mais detalhes sobre o real digital, uma moeda digital que o Brasil vai desenvolver. Sem muitos aspectos técnicos apresentados ainda, inevitáveis comparações com as criptomoedas surgiram.
Uma delas, e talvez a principal, é a regulamentação das criptomoedas, que passaram a receber atenção especial de alguns países, como a China, por exemplo.
Diferente do Brasil, que não deverá tomar medidas drásticas contra o Bitcoin, o país asiático repreende duramente o setor.
“Regular o Bitcoin é irrelevante”, disse Campos Neto
Tramitam no Congresso Nacional vários projetos para regulamentar as criptomoedas. Tanto no Senado Federal, quando na Câmara dos Deputados, pelo menos seis propostas já foram apresentadas com a intenção de criar regras para o uso do Bitcoin no Brasil.
Isso porque, além de golpes com as moedas digitais, parlamentares não acreditam que essas moedas sejam positivas para a população. Além disso, nos últimos dias, o Banco Central divulgou diretrizes sobre o real digital, comparando a legalidade dessa com as criptomoedas.
Dessa forma, Roberto Campos Neto, atual presidente do Banco Central, disse que regular o Bitcoin hoje é irrelevante. Essa informação foi compartilhada pelo Valor Econômico.
Na visão do mandatário do Bacen, é mais importante observar o network das moedas digitais, ou seja, empresas e pessoas que estão envolvidas com a tecnologia.
Em sua visão, como as criptomoedas são descentralizadas, o network melhora para cada nova moeda que surge. Desse modo, ele comparou o ecossistema com uma rodovia, como se “cada nova criptomoeda melhorasse a eficiência da via”.
Ainda que por “parábolas”, Campos Neto indicou que o setor poderá receber regras, assim como desejam os parlamentares hoje. O Banco Central do Brasil deverá ser o responsável pelas criações dessas regulações, visto que o setor público brasileiro já entendeu que as moedas digitais descentralizadas são de competência da autarquia.
O que o Banco Central já falou sobre o Bitcoin até aqui? Entenda
Essa não é a primeira e nem a última vez que o presidente do BC responde alguma pergunta relacionada ao Bitcoin. A autarquia, inclusive, já se posiciona sobre o assunto desde 2017, quando o Comunicado n.º 31.379, de 16 de novembro, foi publicando, alertando contra o uso da tecnologia no país.
Na última segunda, o banco novamente reforçou sua posição contra o Bitcoin, afirmando que “ele não é uma moeda”, mas sim um ativo. Essa postura tem sido acatada por todos os bancos centrais do mundo, que tentam eliminar a ideia das criptomoedas como moedas, apresentando elas como “ativos”.
Resumindo, a postura do BCB até aqui é de cautela, considerando as criptomoedas ativos arriscados. A regulamentação, contudo, deverá vir em breve, só não fica claro quando e nem por onde.