Ric Edelman, um dos melhores consultores financeiros dos EUA, publicou um estudo recomendando que investidores devam manter entre 10 a 40% de seu portfólio em criptomoedas, especialmente em Bitcoin. Em 2021, ele afirmava que 1% de exposição já seria razoável.
Fundador da Edelman Financial Engines, o investidor propõe o fim da estratégia 60/40 (60% em ações e 40% em títulos de renda fixa). Além do salto regulatório nos últiomos anos, sua justificativa é que as criptomoedas já foram adotadas pelo setor tradicional e, além disso, possuem um ótimo histórico de desempenho.
Para Eric Balchunas, especialista da Bloomberg em ETFs, esta é “a declaração mais importante e enfática em apoio às criptomoedas vinda do mundo das finanças tradicionais desde Larry Fink (CEO da BlackRock)”.
“Esse cara é o ‘Sr. RIA (Consultor de Investimentos Registrado)’ — ele administra US$ 300 bilhões para 1,3 milhão de clientes. Está regularmente no topo da lista dos principais consultores financeiros dos EUA da Barron’s”, comentou Balchunas.
Por que Ric Edelman está recomendando 40% de exposição ao Bitcoin?
Ric Edelman explica sua mudança de pensamento em 16 páginas publicado no dia 20 de junho. Sua visão é que não ter Bitcoin na carteira é apostar contra esse mercado.
“Não há lógica em omitir uma classe de ativos que superou todas as outras por 15 anos consecutivos e que é amplamente projetada para continuar assim na próxima década ou mais.”
“Dados históricos mostram que carteiras com bitcoin geraram retornos mais altos com riscos menores e apresentaram métricas superiores da Teoria Moderna de Portfólio — índices de Sharpe e Sortino, desvio padrão e máxima queda — em comparação com carteiras que não incluíam bitcoin”, escreveu Edelman.
Um dos pontos apresentados é o aumento na longevidade de vida dos investidores, que devem chegar facilmente aos 100 anos devido aos avanços da medicina.
Portanto, gestores devem se adequar a essa nova realidade antes de seus clientes fiquem sem dinheiro ao fim de suas vidas.
“Refaça suas projeções de planejamento financeiro até os 100 ou 110 anos de idade, e você vai descobrir que uma grande parte dos seus clientes ficará sem dinheiro antes de morrer”, escreveu Edelman.
Somado a isso, o investidor aponta que a disrupção tecnológica também não pode ser ignorada.
Dentre os exemplos citados está a falência de antigas gigantes como Kodak, Tower Records, Borders Books, Blockbuster e Enciclopédia Britânica, hoje substituídas por nomes como Instagram, iTunes, Amazon, Netflix e Wikipedia, respectivamente.
O investidor também aponta para uma hipocrisia entre os consultores.
“Embora 50% dos consultores financeiros possuam criptomoedas, apenas 20% recomendam elas para seus clientes.”
Além do Bitcoin, Edelman também cita outras tecnologias proeminentes, com grandes chances de crescimento nos próximos 5 anos. Isso inclui esportes eletrônicos, drones, inteligência artificial, robótica, e tokenização de ativos.
Bitcoin chegará a US$ 500.000 em 2030, diz Edelman
Como visto na imagem acima, Ric Edelman acredita que o Bitcoin pode atingir um valor de mercado de US$ 19 trilhões. Atualmente a criptomoeda está avaliada em US$ 2,1 trilhões.
Em outro trecho, o investidor aponta que 41.000 novos bitcoins são minerados a cada trimestre atualmente. Como comparação, empresas públicas compraram 95.000 moedas no primeiro trimestre de 2025.
“Esse enorme desequilíbrio entre oferta e demanda está levando o preço do bitcoin a máximas históricas. É por isso que este autor projeta que o bitcoin chegará a US$ 500.000 até 2030 — um aumento de 5 vezes desde o momento desta escrita.”
Outro destaque fica para uma breve sessão onde Edelman responde às perguntas e dúvidas mais frequentes dos investidores. Uma delas é que já é tarde, afinal o Bitcoin está acima dos US$ 100.000.
“O S&P 500 atingiu 57 máximas históricas só em 2024. As pessoas que disseram que já era ‘tarde demais para comprar ações’ estavam erradas 56 vezes. Preços mais altos frequentemente levam a preços ainda mais altos quando os fundamentos apoiam o crescimento contínuo”, apontou Edelman.
“Com apenas 500 milhões das 8 bilhões de pessoas no mundo possuindo bitcoin, a adoção tem um enorme potencial de crescimento.”
Seguindo, o investidor também aponta que consultores não estavam errados em não recomendar Bitcoin em 2014. Afinal, a regulação teve um salto nesses últimos 11 anos, o mesmo com a infraestrutura do mercado, que agora possui até ETFs administrados pelas maiores gestoras do mundo.
Portanto, baseado na longevidade humana, expansão de tecnologias exponenciais e no potencial de crescimento das criptomoedas, Edelman recomenda uma alocação entre 10% a 40% em Bitcoin.
- Portfólio Conservador (10% em Criptomoedas)
• Ações: 60%
• Criptomoedas: 10%
• Renda fixa: 30% - Portfólio Moderado (25% em Criptomoedas)
• Ações: 50%
• Criptomoedas: 25%
• Renda fixa: 25% - Portfólio Agressivo (40% em Criptomoedas)
• Ações: 40%
• Criptomoedas: 40%
• Renda fixa: 20%
Conforme demonstrado na tabela abaixo, um investimento de US$ 100 teria um risco-retorno excelente em todos os cenários caso o Bitcoin atinja US$ 1 milhão.
Em seu canal no YouTube também é possível encontrar vídeos de Edelman falando mais sobre Bitcoin e outras criptomoedas.