O Banco Central da Rússia planejava lançar o Rublo Digital em julho de 2025. No entanto, Elvira Nabiullina, presidente do BC russo, informou nesta quinta-feira (27) que o lançamento será adiado.
Embora não tenha apontado para uma nova data, tampouco os motivos por trás dessa decisão, Nabiullina deixa a entender que a Rússia não abandonou seu plano. O comunicado foi feito durante uma reunião do BC com outros bancos nacionais e suas falas foram publicadas pela Interfax.
Enquanto isso, os EUA estão cada vez mais longe de lançar uma CBDC, principalmente por questões de privacidade. Já no Brasil, a deputada Júlia Zanatta lançou um abaixo assinado contra o Drex.
Rússia recua e adia lançamento do rublo digital
As CBDCs, sigla inglesa para Moedas Digitais de Banco Central, estão sendo estudadas por diversos países ao redor do mundo. Usando a tecnologia introduzida pelo Bitcoin e aprimorada por outras moedas, esses projetos poderão modernizar o dinheiro estatal, permitindo diversos novos casos de uso.
No entanto, questões de privacidade e controle são as maiores preocupações do público.
Em reunião organizada pela Associação de Bancos da Rússia, Elvira Nabiullina, presidente do BC russo, não comentou os motivos, mas disse que a Rússia estará adiando o lançamento do Rublo Digital.
“Vamos iniciar a implementação em massa do rublo digital um pouco mais tarde do que o inicialmente planejado, ou seja, após termos trabalhado todos os detalhes no projeto-piloto e realizado todas as consultas com os bancos sobre o modelo econômico que seja mais atrativo para seus clientes.”
“A nova data para o lançamento em massa poderá ser anunciada posteriormente”, continuou Nabiullina.
Segundo as informações, a fase de testes conta com 15 bancos, 30 empresas e 1.700 pessoas físicas.
A expectativa é que a CBDC russa fosse lançada ainda em julho desse ano. Antes disso, em 2021, o lançamento estava planejado para 2023. Ou seja, uma prova de que pode ser adiado infinitamente.
No mesmo evento, Zulfia Kakhumova, vice-presidente do Banco Central da Rússia, também falou sobre o tema, destacando que o governo estará cobrindo parte das despesas dos bancos privados.
“Para os componentes obrigatórios em termos de segurança da informação, estamos fornecendo essas soluções de graça aos bancos. Isso inclui o módulo de software para integração, que está sendo criado e fornecido às organizações, em três formatos diferentes, para que os bancos possam escolher a opção mais adequada para sua infraestrutura”, comentou Kakhumova.
“Estamos fornecendo os meios de proteção criptográfica de graça para os centros de certificação subordinados, que estão sendo implementados pelos bancos, o que também representa um aspecto importante dos custos para os bancos.”
Segundo o site CBDC Tracker, somente Nigéria, Zimbábue, Bahamas e Jamaica lançaram suas CBDCs. Outros países seguem nas fases de pesquisa, prova de conceito e teste.
