Atualmente nas Bahamas, Sam Bankman-Fried deve voltar aos EUA em dezembro para participar de uma audiência a ser realizada pelo Comitê de Serviços Financeiros da Câmara dos Deputados para explicar o colapso de sua corretora, a FTX.
Segundo o pedido de falência da FTX, lido pelo Livecoins, seu colapso deixou mais de 100.000 credores. Entretanto, outro parágrafo do documento cita que este número pode chegar facilmente a 1 milhão de pessoas lesadas.
“Conforme estabelecido nas petições dos Devedores, existem mais de cem mil credores nesses casos do Capítulo 11. Na verdade, pode haver mais de um milhão de credores nesses casos do Capítulo 11.”
Além do dinheiro perdido, outro ponto que preocupa os usuários da FTX é a sua privacidade. Afinal, a Celsius, outra empresa de criptomoedas, expôs todos os seus credores no mês passado após declarar falência, e isso pode se repetir.
Colapso da FTX preocupa autoridades
Alguns portais como o DailyMail estão apontando que até mesmo o FBI está planejando extraditar Sam Bankman-Fried para os EUA. Afinal, seu império contava com mais de 134 empresas, algumas sob leis americanas, como a FTX.US.
De qualquer forma, fontes da Bloomberg dizem que o fundador da FTX estaria cooperando com as autoridades das Bahamas, país sede da FTX global e lar do ex-bilionário, e que as mesmas estariam em conversas com autoridades dos EUA.
Sendo assim, o Comitê de Serviços Financeiros dos EUA espera ouvir as declarações de Bankman-Fried ainda no próximo mês, independente de como sua viagem seja feita.
“A queda da FTX causou danos tremendos a mais de um milhão de usuários, muitos dos quais eram pessoas comuns que investiram suas economias suadas na corretora de criptomoedas FTX, apenas para ver tudo desaparecer em questão de segundos”, disse Maxine Waters do Comitê de Serviços Financeiros.
Também espera-se que a Binance e outras empresas relacionadas a FTX, como a Alameda Research, estejam presentes na ocasião.
Finalizando, Waters também comentou a necessidade de uma regulamentação que não permita que tais serviços de criptomoedas “operem nas sombras fora da supervisão federal robusta e regras claras de trânsito”.
Efeito dominó da FTX já começa a ser sentido no mercado
Devido à falta de confiança trazida pela queda de uma das maiores corretoras do mundo, investidores estão correndo para sacar seus fundos de outros serviços. Como consequência, outras também já se provaram insolventes enquanto tentavam ocultar isso de seus clientes.
Além disso, várias corretoras também tinham exposição a FTX, também perdendo seus fundos que, na verdade, pertenciam a seus usuários. Portanto, a atual situação do mercado parece um labirinto, com diversos caminhos se cruzando e apenas uma saída.
Outra consequência dos saques em massa também pode ser observado nas próprias redes. As taxas de transações do Bitcoin apresentaram um grande aumento nesta semana e já estão na casa dos R$ 3,70.
O mesmo acontece no Ethereum, com valores ainda maiores. De qualquer forma, isso está ajudando os holders de ETH conforme a rede está queimando mais moedas que imprimindo, o que pode ser uma boa notícia.
Portanto, ainda que o momento seja de incertezas quanto a indústria, as criptomoedas seguem fazendo seu trabalho. Ou seja, processando transações e servindo de abrigo para quem não confia em terceiros, sejam empreendedores ou políticos.