“Satoshi Nakamoto vai voltar e apagar todos bitcoins”, diz CEO do JPMorgan

A afirmação do CEO do JPMorgan demonstra que o empresário não tem conhecimento básico sobre o Bitcoin, já que a moeda digital opera em uma rede descentralizada há 15 anos e seu código é aberto, o que significa que qualquer pessoa pode revisá-lo.

Em uma declaração polêmica nesta quarta-feira (17), Jamie Dimon, CEO do JPMorgan, reforçou sua posição crítica em relação ao Bitcoin, afirmando que a moeda digital ‘não tem nenhuma utilidade’ e que pode ser ‘apagada’ por seu criador, Satoshi Nakamoto.

Conhecido por suas opiniões negativas sobre o assunto, Dimon comparou o Bitcoin com uma “pedra de estimação”, reiterando sua visão de que a moeda digital não tem nenhum caso de uso.

O comentário do presidente de uma das instituições financeiras mais importantes do mundo não é novidade. Em 2021, no auge das criptomoedas, Dimon já havia declarado que o Bitcoin era “inútil”. Ele reforçou essa visão em Davos no ano passado, chamando a moeda de uma “fraude exagerada”.

Curiosamente, suas críticas recentes surgem em um momento em que o JPMorgan passou a oferecer ETFs de Bitcoin aos seus clientes e a moeda digital experimentou um aumento de mais de 150% no último ano.

“Bitcoin não serve pra nada”

Apesar de sua posição severa sobre o Bitcoin, Dimon reconhece o valor da tecnologia blockchain, a qual o JPMorgan utiliza. “Blockchain é real. Vai movimentar dinheiro, vai movimentar dados. É eficiente”, admitiu ele, diferenciando a tecnologia que nasceu graças ao Bitcoin.

Dimon apontou para o potencial das criptomoedas que utilizam contratos inteligentes, como as baseadas em Ethereum, observando que elas oferecem mais possibilidades práticas, como na compra e venda de imóveis e na transferência de dados.

Ao abordar as implicações mais sombrias do Bitcoin, Dimon mencionou seu uso em atividades ilícitas, incluindo fraude, evasão fiscal e tráfico sexual. No entanto, ele defendeu o direito de escolha das pessoas em usar a criptomoeda.

“Bitcoin não serve pra nada, é uma pedra de estimação, Só existem casos de uso em lavagem de dinheiro, evasão fiscal e trafico sexual…. agora, essa é a última vez que eu falo sobre bitcoin, eu defendo o direito das pessoas de terem bitcoin, mas meu conselho pessoal é ‘não se envolva’.”

“Vamos parar de falar dessa mer….”

A recente aprovação pela SEC de fundos negociados em bolsa (ETFs) de Bitcoin destaca o crescente reconhecimento e aceitação da criptomoeda no mercado financeiro tradicional.

Grandes gestoras de ativos, como BlackRock e Fidelity lançaram seus próprios ETFs de Bitcoin, sinalizando um potencial fluxo massivo de investimentos no setor.

Ao ser questionado sobre o assunto, Dimon disse que não se importava e queria parar de falar sobre Bitcoin.

“Vamos parar de falar dessa me***, esta é a última vez que vou falar disso”, disse ele, marcando um possível fim de seus comentários públicos sobre a moeda digital.

“Satoshi Nakamoto vai voltar e ‘apagar’ todos bitcoins”

Com o Bitcoin ainda sendo debatido na entrevista, Dimon ficou visivelmente incomodado e demonstrou não ter conhecimento básico sobre o assunto ao sugerir um cenário onde Satoshi Nakamoto poderia, teoricamente, apagar todos os bitcoins existentes.

A sugestão provocativa veio durante uma discussão sobre a natureza e a oferta limitada da moeda digital. Dimon expressou ceticismo, questionando a garantia de que a oferta realmente pararia.

Ele levantou a hipótese de que, ao atingir o limite de 21 milhões de bitcoins, Satoshi poderia intervir, potencialmente apagando todos os bitcoins existentes, um evento que, embora ele mesmo considere improvável, não pode descartar devido à natureza enigmática da moeda digital.

“Eu acho que há uma chance de que, quando chegarmos nos 21 milhões, Satoshi vai aparecer, dar uma risada histérica e apagar todos os bitcoins”, disse ele. “Como você tem certeza que vamos parar em 21 milhões? Não conheço uma pessoa que sabe como isso acontecerá de fato.”, concluiu.

A afirmação do CEO do JPMorgan, no entanto, demonstra que o empresário não tem conhecimento básico sobre o Bitcoin, já que a moeda digital opera em uma rede descentralizada e seu código é aberto, o que significa que qualquer pessoa pode revisá-lo.

Em resumo, como o código do Bitcoin é aberto, qualquer pessoa pode examinar, entender como ele funciona e detectar vulnerabilidades. Isso implica diretamente que nenhuma mudança pode ser feita sem um consenso da comunidade.

Além disso, a rede do Bitcoin é mantida por uma vasta comunidade global de mineradores e nodes, cada um com uma cópia do livro-razão completo de todas as transações.

Essa estrutura descentralizada assegura que nenhum indivíduo ou grupo tenha controle total sobre a blockchain do Bitcoin. Mudanças no protocolo também exigem um amplo consenso entre os participantes, uma característica que mantém a integridade e segurança da rede.

Sendo assim, a estrutura e o código aberto do Bitcoin fazem com que a ideia de que Satoshi Nakamoto ou qualquer outra pessoa possa apagar todos os bitcoins seja tecnicamente inviável e contraditória.

Veja o trecho da entrevista abaixo:

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Vinicius Golveia
Vinicius Golveia
Formado em sistema da informação pela PUC-RJ e Pós-graduado em Jornalismo Digital. Conhece o Bitcoin desde 2014, atuando como desenvolvedor de blockchain em diversas empresas. Atualmente escreve para o Livecoins sobre assuntos de criptomoedas. Gosta de cultura POP / Geek. Se não estiver escrevendo notícias relevantes, provavelmente está assistindo alguma série.

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