Family offices, conhecidos por gerenciar o patrimônio de algumas das famílias mais ricas do mundo, estão cada vez mais otimistas em relação às criptomoedas.
De acordo com o relatório “Global Family Office 2024 Survey Insights” do banco Citi, o interesse por ativos digitais vem crescendo de maneira constante entre esses investidores, mesmo que ainda existam algumas dúvidas e incertezas sobre o futuro da classe de ativos.
Segundo a pesquisa, cerca de um quarto dos escritórios familiares já investiu ou planeja investir em criptomoedas. O grupo de “adotantes precoces” está comprometido com uma alocação em ativos digitais ou em investimentos relacionados ao setor.
Além disso, outros 10% dos entrevistados se descreveram como “curiosos por ativos digitais”, indicando que estão interessados em investir, mas ainda estão pesquisando e buscando conselhos sobre o assunto.
Family offices embarcam na febre das criptomoedas
O tipo de ativo digital que mais atrai os family offices é o investimento direto em criptomoedas, com 24% dos entrevistados apontando interesse.
18% mostraram preferência por veículos de investimento vinculados a criptomoedas, como fundos negociados em bolsa (ETFs) que replicam o desempenho de moedas digitais.
No entanto, o relatório destaca que dois terços dos participantes ainda estão indecisos sobre qual produto de ativos digitais explorar, o que reforça a necessidade de mais educação e esclarecimento sobre essa classe emergente.
Apesar do aumento no interesse, a adoção de criptomoedas varia amplamente por região. Os family offices da Ásia-Pacífico lideram em termos de adoção de ativos digitais, com 37% dos entrevistados investindo ou interessados em investir.
Em contrapartida, os escritórios familiares da América Latina demonstraram o menor interesse, com 83% dos entrevistados afirmando que ainda não priorizam uma alocação para esse tipo de ativo.
Esse otimismo crescente em relação às criptomoedas pode ser atribuído à busca dos family offices por diversificação e por investimentos que ofereçam retornos atrativos em um ambiente de taxas de juros elevadas e inflação persistente.
Com a volatilidade das criptomoedas ainda sendo uma preocupação, muitos family offices estão abordando o mercado com cautela, mas há um consenso de que as criptomoedas oferecem oportunidades únicas de investimento.
Além disso, o relatório também destaca que alguns escritórios familiares estão explorando criptomoedas como uma forma de hedge contra a inflação e as políticas monetárias expansionistas.
A capacidade do Bitcoin funcionar como uma reserva de valor em tempos de incerteza econômica tem atraído a atenção de investidores que buscam proteger o valor de seus portfólios.
No entanto, o documento também ressalta que há uma necessidade crescente de regulamentação e segurança no setor de criptomoedas.
A falta de clareza regulatória e o risco de fraudes ainda são obstáculos para que muitos family offices aumentem sua exposição a esse mercado.
Portanto, além de considerar o potencial de retorno, muitos investidores estão buscando um maior desenvolvimento do ambiente regulatório e educacional em torno das criptomoedas antes de realizar investimentos mais substanciais.
No geral, o relatório sugere que, enquanto as criptomoedas continuam a se consolidar como uma classe de ativos, é provável que vejamos um aumento na alocação por parte dos family offices, especialmente conforme mais produtos financeiros relacionados a criptomoedas, como fundos e ETFs, se tornem disponíveis e a regulação avance.
Para os family offices, que são conhecidos por sua busca por retornos consistentes e preservação de capital, as criptomoedas estão se tornando cada vez mais atraentes como uma forma de diversificação e proteção contra as incertezas econômicas globais.