Comentando sobre a Sur, uma possível moeda virtual a ser criada e usada entre Brasil e Argentina, Brian Armstrong sugeriu que os dois países adotassem o Bitcoin como moeda.
O comentário do CEO da Coinbase dividiu opiniões, obviamente. Enquanto alguns acreditam que isso irá acontecer eventualmente no futuro, outros criticaram o seu pensamento.
Segundo os críticos, o maior entrave ainda é a volatilidade do Bitcoin. Desde 1º de janeiro, por exemplo, o BTC já valorizou 38,7%, o que não é um grande problema. No entanto, seu preço enfrentou fortes quedas antes disso.
Brian Armstrong recomenda que Brasil e Argentina adotem Bitcoin
Embora a Sur não tenha a intenção de acabar com o real brasileiro e o peso argentino, especialistas não acreditam que sua criação seja uma boa ideia, especialmente pela falta de estabilidade financeira dos dois países.
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Enquanto isso, Brian Armstrong, CEO da corretora americana Coinbase, sugeriu uma ideia ainda mais radical, adotar o Bitcoin como moeda.
“Gostaria de saber se eles considerariam mudar para o Bitcoin — essa provavelmente seria a aposta certa no longo prazo.”
Wonder if they would consider moving to Bitcoin – that would probably be the right long term bet https://t.co/6EKJdwcSnO
— Brian Armstrong (@brian_armstrong) January 23, 2023
Nos comentários, alguns de seus seguidores apoiaram a ideia. “Isso acontecerá eventualmente”, disse um deles, enquanto outros criticavam a abordagem do executivo.
Um deles foi Raoul Pal, fundador da Real Vision. Para o ex-Goldman Sachs, a volatilidade do Bitcoin é o que impede que mais países adotem o BTC como moeda.
“Atualmente, ninguém pode ter uma moeda nacional com 100% de volatilidade que cai 65% na parte baixa do ciclo de negócios e sobe 10 vezes no ciclo de alta”, ponderou Raoul Pal. “As empresas lutam para planejar ou se proteger isso.”
Talvez o maior exemplo dessa dificuldade sejam os próprios mineradores de Bitcoin. Ainda que a expansão desenfreada tenha sido o principal motivo de tantas falências no setor, é certo que a volatilidade do BTC contribuiu para isso. Por fim, algumas também equilibram seus caixas apostando no dólar.
Não que as moedas fiduciárias sejam perfeitas
Segundo dados de 2021, o real brasileiro já perdeu 85% de seu poder de compra desde sua criação, em 1994. Seu desgaste lento pode até não ser tão perceptível quanto a desvalorização do Bitcoin, mas está presente.
Do outro lado, o peso argentino registrou uma inflação de 94,8% no último ano, dobrando o preço de bens e serviços. Portanto, não é surpresa que nossos hermanos estejam buscando refúgio no Bitcoin e em stablecoins lastreadas em dólar.
Quanto a visão de longo prazo mencionada pelo CEO da Coinbase, é possível acreditar que países adotem o Bitcoin como um ouro digital. Agora, como moeda, talvez sua volatilidade seja o maior empecilho para que isso aconteça. Fora isso, é difícil imaginar que bancos centrais e governos desejem perder seu poder sobre o povo.