CEO da maior corretora cripto dos EUA sugere que Brasil e Argentina adotem Bitcoin como moeda comum

Comentando sobre a Sur, uma possível moeda virtual a ser criada e usada entre Brasil e Argentina, Brian Armstrong sugeriu que os dois países adotassem o Bitcoin como moeda.

O comentário do CEO da Coinbase dividiu opiniões, obviamente. Enquanto alguns acreditam que isso irá acontecer eventualmente no futuro, outros criticaram o seu pensamento.

Segundo os críticos, o maior entrave ainda é a volatilidade do Bitcoin. Desde 1º de janeiro, por exemplo, o BTC já valorizou 38,7%, o que não é um grande problema. No entanto, seu preço enfrentou fortes quedas antes disso.

Brian Armstrong recomenda que Brasil e Argentina adotem Bitcoin

Embora a Sur não tenha a intenção de acabar com o real brasileiro e o peso argentino, especialistas não acreditam que sua criação seja uma boa ideia, especialmente pela falta de estabilidade financeira dos dois países.

Enquanto isso, Brian Armstrong, CEO da corretora americana Coinbase, sugeriu uma ideia ainda mais radical, adotar o Bitcoin como moeda.

“Gostaria de saber se eles considerariam mudar para o Bitcoin — essa provavelmente seria a aposta certa no longo prazo.”

Nos comentários, alguns de seus seguidores apoiaram a ideia. “Isso acontecerá eventualmente”, disse um deles, enquanto outros criticavam a abordagem do executivo.

Um deles foi Raoul Pal, fundador da Real Vision. Para o ex-Goldman Sachs, a volatilidade do Bitcoin é o que impede que mais países adotem o BTC como moeda.

“Atualmente, ninguém pode ter uma moeda nacional com 100% de volatilidade que cai 65% na parte baixa do ciclo de negócios e sobe 10 vezes no ciclo de alta”, ponderou Raoul Pal. “As empresas lutam para planejar ou se proteger isso.”

Talvez o maior exemplo dessa dificuldade sejam os próprios mineradores de Bitcoin. Ainda que a expansão desenfreada tenha sido o principal motivo de tantas falências no setor, é certo que a volatilidade do BTC contribuiu para isso. Por fim, algumas também equilibram seus caixas apostando no dólar.

Não que as moedas fiduciárias sejam perfeitas

Segundo dados de 2021, o real brasileiro já perdeu 85% de seu poder de compra desde sua criação, em 1994. Seu desgaste lento pode até não ser tão perceptível quanto a desvalorização do Bitcoin, mas está presente.

Do outro lado, o peso argentino registrou uma inflação de 94,8% no último ano, dobrando o preço de bens e serviços. Portanto, não é surpresa que nossos hermanos estejam buscando refúgio no Bitcoin e em stablecoins lastreadas em dólar.

Quanto a visão de longo prazo mencionada pelo CEO da Coinbase, é possível acreditar que países adotem o Bitcoin como um ouro digital. Agora, como moeda, talvez sua volatilidade seja o maior empecilho para que isso aconteça. Fora isso, é difícil imaginar que bancos centrais e governos desejem perder seu poder sobre o povo.

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Henrique HK
Henrique HKhttps://github.com/sabotag3x
Formado em desenvolvimento web há mais de 20 anos, Henrique Kalashnikov encontrou-se com o Bitcoin em 2016 e desde então está desvendando seus pormenores. Tradutor de mais de 100 documentos sobre criptomoedas alternativas, também já teve uma pequena fazenda de mineração com mais de 50 placas de vídeo. Atualmente segue acompanhando as tendências do setor, usando seu conhecimento para entregar bons conteúdos aos leitores do Livecoins.

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