Recentemente o poder computacional do Bitcoin teve uma queda considerável, um efeito colateral do halving que aconteceu na primeira metade do mês. No entanto, esse fato por si só tem outros efeitos na rede, o principal é o aumento na taxa de transferência, que já está na casa dos US$ 6,40 ( R$ 34,07 ), valor bem próximo das altas de julho de 2019.
A blockchain do Bitcoin possui uma série de particularidades e a sua descentralização é a principal, para que a rede esteja sempre funcionando, ela depende de todo o poder computacional para minerar novos blocos.
Quanto maior o poder computacional, mais eficiente se torna esse processo e mais as taxas de transação caem. Claro, existem muitos outros fatores que estão ligados a todo esse processo, mas a importância da hash do Bitcoin é inegável.
Com essa queda recente no número de mineradores ativos, as taxas vêm aumentando consideravelmente desde o começo do mês, com altas desde antes do halving.
A partir do dia 28 de abril, as taxas começaram a ficar mais caras, até alcançar o padrão atual, bem acima dos US$ 6 dólares.
A “novidade” já está circulando entre a comunidade de criptomoedas. Enquanto uns estão aproveitando a estatística para falar que o Bitcoin falhou como moeda de troca, Matti Greenspan, CEO da Quantum Economic e famoso defensor do Bitcoin, acredita que logo a rede voltará ao normal.
“Taxa média para enviar BTC agora está em US$ 5.82. (Por favor, me diga o quanto a sua shitcoin favorita seria mais rápida e mais barata. Quero muito ouvir). A dificuldade de mineração de bloco vai ser ajustada em 91 blocos e isso deve limpar o acúmulo da rede e resetar as taxas para níveis normais.”
Average fee to send #BTC is now up to $5.82
(Please tell me how your favorite shitcoin can do it faster and cheaper. I'm dying to hear about it. /s)
Mining difficulty will be adjusted in 91 blocks and that should clear the backlog and reset the fees to normal. pic.twitter.com/I5LzMeXJE8
— Mati Greenspan (@MatiGreenspan) May 19, 2020
Taxa do Bitcoin muito alta, e agora?
A taxa do Bitcoin costuma aumentar sempre que a rede está congestionada. O recorde histórico aconteceu em nos últimos dias de 2017, com a taxa de transferência batendo US$ 50 dólares.
Na época, o poder computacional não estava em queda, no entanto, muitas transações estavam sendo realizadas e soluções como o SegWit ainda não tinham sido implementadas para diminuir o tamanho dos blocos.
Atualmente, existem diferentes protocolos para exchanges e usuários diminuírem o tamanho dos blocos. No entanto, com a menor rentabilidade da mineração e o aumento nas taxas, os blocos estão aumentando de tamanho.
Tudo isso pode parecer catastrófico para o Bitcoin, mas como Greenspan sugeriu, a rede encontra uma maneira de se equilibrar e baratear as taxas. Isso acontece através do ajuste de dificuldade, que acontece a cada 2016 blocos.
Esse ajuste, que acontece em menos de 90 blocos pode até mesmo trazer mineradores de volta.
A rede do Bitcoin pode não ser a mais eficiente em transações por segundos, ou a mais barata, mas ela sempre encontra um jeito de voltar aos “níveis normais” após essas oscilações.