Tether nega investir na Evergrande, a “Lehman Brothers da China”

Risco de crise no mercado imobiliário da China levou pessoas a associarem episódio de 2008.

A Tether negou publicamente investir na empresa Evergrande, após rumores que a gigante chinesa está para dar um calote no mercado.

De fato, a crise da Evergrande já está associada até ao episódio do Lehman Brothers, grande instituição dos Estados Unidos que quebrou em 2008 e causou a crise financeira naquele ano. Ou seja, o mundo acompanha atento os possíveis desmembramentos de uma catástrofe econômica na China, a segunda potência na economia mundial hoje.

Rumores apontam que o governo chinês já está se mobilizando para salvar a empresa, ajudando nas negociações com bancos locais. Isso porque, com a pressão da Evergrande, há um enorme risco de os bancos já tomarem um calote na próxima semana, de acordo com a Bloomberg.

No dia 20 de setembro, era esperado que a Evergrande pagasse juros de dívidas, mas o governo já teria informado que isso não deverá acontecer. Vale o destaque que essa crise pode ter grandes impactos em escala global, até no futebol, visto que a empresa é dona do famoso Guangzhou Evergrande Football Club, onde atuam jogadores brasileiros.

O bilionário Hui Ka Yan é o fundador da empresa que opera sob pressão.

Mercado de criptomoedas “respira aliviado” ao saber que Tether negou investir na Evergrande

Nos últimos dias, além dos fãs do mercado financeiro tradicional e até de futebol, investidores das criptomoedas se preocuparam com o colapso da chinesa Evergrande, que vai se tornando cada vez mais iminente.

Isso porque, entre as reservas financeiras da Tether há informações que parte estão em papéis comerciais, que são ações de empresas entre outros ativos financeiros. Como essa é a moeda mais negociada diariamente e a 5.ª criptomoeda mais valiosa do mercado, muitos fãs do Bitcoin começaram a se preocupar que um colapso na USDT poderia respingar com força neste setor.

De acordo com o The Block, em confirmação aos rumores, conversou com um responsável pela Tether, que negou qualquer investimento na Evergrande, mesmo no passado.

“A Tether não detém qualquer papel comercial ou outra dívida ou valores mobiliários emitidos pela Evergrande e nunca o fez”.

Segundo o responsável pela comunicação da empresa, a Tether tem reservas em papéis comerciais apenas em empresas de nível A-2.

Assim, o rumor que a Tether poderia ter problemas com a Evergrande acabou sendo o terceira mentira circulando no mercado de criptomoedas nessa semana, após as falsas informações sobre o Walmart e a corretora FTX ter sido hackeada.

Evergrande pode afetar a bolsa de valores brasileira?

Diferente do Bitcoin que deverá escapar de qualquer efeito direto de um colapso da Evergrande, a B3, bolsa de valores brasileira, poderia ser afetada caso a situação na China piore.

Isso porque, um dos possíveis impactos da diminuição da demanda no mercado imobiliário chinês afetaria a venda de minérios pela Vale, empresa que tem uma forte presença no indíce Ibovespa. O gráfico de futuros de minério FEF1, por exemplo, já opera em forte queda com os rumores da diminuição de demanda.

Gráfico de Futuros FEF1 nos últimos cinco dias opera em forte queda, mercado mostra previsão de queda na demanda de minério de ferro
Gráfico de Futuros FEF1 nos últimos cinco dias opera em forte queda, mercado mostra previsão de queda na demanda de minério de ferro/TradingView

Ou seja, a crise financeira da Evergrande é de interesse mais dos brasileiros que operam na bolsa de valores, que dos ligados apenas nas criptomoedas.

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Gustavo Bertolucci
Gustavo Bertoluccihttps://github.com/gusbertol
Graduado em Análise de Dados e BI, interessado em novas tecnologias, fintechs e criptomoedas. Autor no portal de notícias Livecoins desde 2018.

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