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Tokenização é o futuro, mas stablecoins oferecem riscos, diz BIS

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O BIS, popularmente chamado de ‘banco central dos bancos centrais’, publicou um longo estudo nesta terça-feira (24) sobre a próxima geração do sistema financeiro e monetário.

Embora acredite que a tokenização de ativos seja uma evolução, o Banco se mostra preocupado com a popularização das stablecoins. Em sua explicação, o BIS aponta que elas falham nos testes de unicidade, elasticidade e integridade.

O texto foi publicado na mesma semana em que Christine Lagarde, presidente do Banco Central Europeu, pediu agilidade na criação do Euro Digital, afirmando que stablecoins atreladas ao dólar podem enfraquecer suas decisões monetárias.

BIS faz alerta sobre stablecoins

Segundo dados do CoinMarketCap, hoje as stablecoins estão avaliadas em US$ 256,7 bilhões (R$ 1,4 trilhão). A expectativa é que esse crescimento continue, principalmente com a possível entrada de bancos como JPMorgan no setor.

Para o Banco de Compensações Internacionais (BIS), isso pode se transformar em um grande problema.

“As stablecoins oferecem alguma promessa na tokenização, mas não atendem aos requisitos para serem a base do sistema monetário quando avaliadas pelos três testes principais: unicidade, elasticidade e integridade”

Unicidade refere-se a aceitação do método de pagamento ou dinheiro no mercado. Elasticidade seria a capacidade de expandir ou contrair a base monetária. Por fim, integridade está ligado à segurança da moeda, resistência a fraudes, manipulações e perdas.

Em suma, o BIS não acredita que as stablecoins tenham esses atributos.

O maior medo do Banco é que esse setor continue crescendo de forma que o colapso de uma grande stablecoin poderia impactar o sistema financeiro tradicional mesmo tendo um papel secundário.

“A sociedade tem uma escolha”, escreveu o BIS. “O sistema monetário pode se transformar em um sistema de próxima geração, construído sobre fundamentos testados de confiança e infraestruturas tecnologicamente superiores e programáveis. Ou a sociedade pode reaprender as lições históricas sobre as limitações do dinheiro sem lastro, com custos sociais reais, ao fazer um desvio por meio de moedas digitais privadas que falham no triplo teste de singularidade, elasticidade e integridade.”

O BIS então defende que os bancos centrais e outras autoridades públicas devem “conduzir o sistema financeiro pelo caminho correto”.

“Como guardiões da estabilidade monetária e financeira, os bancos centrais precisam liderar essa transformação.”

Dentre as quatro recomendações apresentadas pelo BIS estão: 1) replicar as principais características do sistema financeiro atual no ambiente digital; 2) estabelecer marcos regulatórios; 3) fornecer os ativos e plataformas para um sistema tokenizado; e 4) fomentar parcerias público-privadas.

Em suma, o BIS está solicitando que bancos centrais criem suas próprias stablecoins. As características acima, por exemplo, podem ser encontradas no Drex brasileiro.

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Henrique HK

Formado em desenvolvimento web há mais de 20 anos, Henrique Kalashnikov encontrou-se com o Bitcoin em 2016 e desde então está desvendando seus pormenores. Tradutor de mais de 100 documentos sobre criptomoedas alternativas, também já teve uma pequena fazenda de mineração com mais de 50 placas de vídeo. Atualmente segue acompanhando as tendências do setor, usando seu conhecimento para entregar bons conteúdos aos leitores do Livecoins.

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Henrique HK