Três erros comuns ao investigar transações de criptomoedas na blockchain

Relatório apontou onde policiais falham em encontrar criptomoedas das pessoas.

Um relatório feito pela Chainalysis, uma das maiores empresas de rastreio de criptomoedas, apontou quais são os três principais erros cometidos durantes investigações policiais que envolvem rastreamento de transações.

Os três pontos envolvem o erro de não etiquetar devidamente os endereços, fazendo com que o rastreamento continue sendo executado por mais tempo do que realmente necessário, bem como resultando em intimações errôneas em algumas ocasiões.

Hoje, mais do que nunca, estas técnicas de rastreamento são uma questão profunda por se tratarem de uma “faca de dois gumes”. Enquanto elas podem ser utilizadas para desvendar crimes, também podem ser utilizadas por criminosos para cometer os mais diversos crimes como assalto e sequestro, bem como colocam um maior poder na mão de governos que tentam destruir a vida financeira de um cidadão.

Falha ao identificar mixers

O objetivo dos mixers de criptomoedas é embaralhar os fundos de múltiplos usuários de maneira que fique mais difícil fazer uma ligação entre os endereços de entrada e saída destes fundos. Embora não seja um serviço ilegal, ele acaba sendo muito utilizado por criminosos, bem como por usuários que apenas desejam ter um maior anonimato.

Segundo o relatório da Chainalysis, embora a chegada dos fundos em mixers não torne o caso em um “beco sem saída”, é importante que os investigadores saibam que as moedas rastreadas chegaram até um mixer para então ter sucesso na investigação.

Peel chain. Fonte: Chainalysis
Peel chain. Fonte: Chainalysis

Caso o mixer não tenha sido identificado, a investigação pode encontrar um padrão chamado de “peel chain”, onde os fundos são movidos várias vezes para diferentes endereços, pensando que os fundos estão nas mãos do mesmo dono.

A empresa relata que isso ocorreu no caso da DarkSide, onde, por não saber que os criminosos estavam usam um mixer, conclusões erradas foram feitas. Além disso, os fundos continuaram a ser rastreados mesmo após não terem mais vínculo com o caso.

Tentativa de rastrear fundos por meio um serviço

O segundo ponto observado pelo relatório da Chainalysis mostra que a falta de identificação de um endereço de exchange pode resultar na mesma conclusão errada como no caso de falta de identificação de mixers.

Após um usuário realizar um depósito em uma exchange, este montante é enviado para uma “hot wallet” onde é misturado com depósitos de todos os outros clientes. Obviamente, na hora de realizar um saque, é impossível continuar a investigação utilizando a blockchain.

A Chainalysis faz uma analogia com depósitos bancários, no qual você deposita uma nota de 20 reais e então saca uma nota diferente de 20 reais após uma semana. É bem improvável que você receba a mesma nota.

Com isso, a identificação de endereços de exchanges são necessárias para investigação de casos envolvendo criptomoedas, pois ela é a única que sabe qual é o endereço de saque utilizado pelo investigado, sendo necessária a sua colaboração na investigação.

Note que isso não tem relação alguma com o fato da exchange exigir KYC ou não, pois se tratando de transações com criptomoedas, estes dados poderiam ser facilmente falsificados.

Falha ao identificar outro serviços

Além do uso tradicional de exchanges, algumas delas também oferecem serviços over-the-counter (OTC), comumente chamados mercado de balcão no Brasil. Bem como existem outros fornecedores de serviços que oferecem soluções prontas para empresas que desejam aceitar Bitcoin sem precisar preocupar-se com treinamento de equipe, segurança e outros custos.

Ao não identificar estes endereços, que podem receber moedas que estão sendo rastreadas e então dispersa-las para outras pessoas e serviços legítimos, as investigações podem resultar em conclusões errôneas. A Chainalysis destaca que isso aconteceu neste ano quando um site de conteúdo adulto recebeu uma intimação judicial, embora ele tenha apenas recebido as moedas de um provedor de serviço e não tivesse culpa no caso.

Identificação

Por fim, o relatório da Chainalysis aponta que a blockchain é como um mapa, todavia é necessário identificar os endereços com nomes, principalmente de mixers, exchanges e outros provedores de serviços, para ter resultados melhores.

O anonimato é um tema controverso, embora o rastreamento de fundos seja necessário em alguns casos de crimes, esta prática pode facilmente ser usada por criminosos que desejam roubar o dinheiro de uma pessoa, bem como utilizado por governos para tentar controlar a vida financeira de algum cidadão.

Nos últimos dias, um superintendente da PF em Rondônia disse que as criptomoedas são um desafio para a justiça brasileira.

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Henrique HK
Henrique HKhttps://github.com/sabotag3x
Formado em desenvolvimento web há mais de 20 anos, Henrique Kalashnikov encontrou-se com o Bitcoin em 2016 e desde então está desvendando seus pormenores. Tradutor de mais de 100 documentos sobre criptomoedas alternativas, também já teve uma pequena fazenda de mineração com mais de 50 placas de vídeo. Atualmente segue acompanhando as tendências do setor, usando seu conhecimento para entregar bons conteúdos aos leitores do Livecoins.

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