Um trio que utilizava a estrutura de igrejas para vender criptomoedas acabou sendo pego em uma investigação federal dos Estados Unidos. Nos últimos anos, em todo o mundo, o uso de estruturas religiosas para aplicar golpes contra investidores cresceu. Em janeiro de 2021, por exemplo, falsos pastores foram pegos aplicando golpe com Bitcoin e sumiram com R$ 150 milhões dos investidores.
No Brasil, em 2019 o esquema colapsado da Genbit foi outro que usou a imagem religiosa para captar clientes, chegando a divulgar a pirâmide nos templos da Igreja Congregação Cristã.
De qualquer forma, os golpes promovidos por supostos religiosos em estruturas religiosas podem ir muito além das pirâmides financeiras.
Trio que usava igrejas para vender criptomoedas confessa fraude
Um trio suspeito de cometer fraudes eletrônicas confessou serem parte de um esquema para vender criptomoedas nos Estados Unidos, utilizando até igrejas para isso.
Os suspeitos são Andrew Spinella e Renee Spinella, de Derry, Richard Paul (codinome Nobody), de Keene. Eles estariam criando contas em bancos em seus nomes e permitindo que um terceiro as usasse para negociar criptomoedas.
Além disso, eles colocavam a disposição do esquema contas comerciais em nomes de igrejas para permitir que o principal suspeito fizesse suas negociações.
“De acordo com documentos judiciais e declarações feitas em tribunal, entre aproximadamente 2016 e 2021, os réus abriram e movimentaram contas em instituições financeiras como contas pessoais em seus nomes ou como contas comerciais em nomes de igrejas para permitir que seu co-réu, Ian Freeman, para usá-los para vender moeda virtual.”
Renee, por exemplo, abriu uma conta em nome da “Crypto Church of NH”, igreja que receberia doações, mas era utilizada como fachada para venda de criptomoedas.
Já o homem conhecido pelo grupo como “Nobody” abriu uma conta na Igreja da Mão Invisível, que também acabou sendo usada pela fraude investigada pela Receita Federal dos EUA e o FBI.
“Bancos foram enganados”
O procurador dos EUA John Farley, que cuidou da acusação dos suspeitos e colheu seus depoimentos confessando ser parte da fraude, disse que os bancos foram enganados, visto que o propósito das contas era outro.
“Ao usar meios fraudulentos para enganar os bancos sobre o verdadeiro propósito dessas contas bancárias, os réus ajudaram na operação de um negócio ilegal de moeda virtual. Para proteger a integridade de nosso sistema financeiro, continuaremos trabalhando em estreita colaboração com nossos parceiros de aplicação da lei para identificar e processar indivíduos que participam de esquemas de fraude envolvendo moeda virtual”.
Segundo Joseph R. Bonavolonta, agente especial do FBI, os suspeitos sabiam de sua conduta criminosa e continuaram a permitir que seus nomes fossem utilizados para o crime. Ele pediu que pessoas denunciem casos suspeitos com moedas digitais, visto que o FBI está de olho no setor.