Empresa é acusada de vazar carteiras de criptomoedas de 100.000 usuários

Como recomendação, o usuário aponta que as pessoas devem desativar tais permissões dentro do próprio Twitter, mitigando tal risco.

A Friend Tech, uma espécie de rede social descentralizada, está ganhando tanto popularidade quanto críticos. Embora já tenha conquistado alguns famosos, como Grayson Allen, jogador da NBA, e Richard Bengtson II, co-fundado da FaZe, outros alertam para problemas com a rede.

O primeiro, e talvez maior deles, é o suposto vazamento de informações sobre mais de 100.000 usuários, o que incluiria seus nomes de usuários no Twitter e também os endereços de suas carteiras de criptomoedas.

O segundo está relacionado às permissões do Friend Tech. Após o cadastro, a rede social consegue tuitar e retuitar a partir de sua conta do Twitter, ou seja, sua conta poderia ser usada para aplicar algum golpe em seus amigos e seguidores.

O que é a Friend Tech?

Ao abrir o site da Friend Tech, há poucas informações. O site pede que o visitante o acesse a partir de um smartphone para então instalar seu aplicativo. Em outras redes sociais, ela se descreve como “sua rede é seu patrimônio líquido”.

Em suma, Friend Tech permite que criadores de conteúdo se monetizem, vendendo seus ‘tokens’ dentro da rede social em troca de benefícios. Além disso, esses tokens também podem valorizar, dependendo da popularidade do criador. Ou seja, é uma maneira de recompensar aqueles que movem tais plataformas, algo prezado pela web3.

Construída em cima da Base, blockchain da Coinbase, sua popularidade está crescendo e já está na terceira posição entre os maiores geradores de taxas on-chain. Na sua frente estão apenas o Ethereum e a Lido, até mesmo o Bitcoin fica para trás.

Em destaque, Friend Tech passa grandes projetos em termos de taxas de rede. Fonte: DeFiLlama
Em destaque, Friend Tech passa grandes projetos em termos de taxas de rede. Fonte: DeFiLlama

Outro gráfico, apresentado pela Dune Analytics, também mostra o rápido crescimento do projeto, que em 10 dias já se tornou famoso.

Crescimento da Friend Tech em transações. Fonte: Dune.
Crescimento da Friend Tech em transações. Fonte: Dune.

Projeto de rede social descentralizada enfrenta críticas

Embora já tenha atraído algumas celebridades, a Friend Tech também está enfrentando críticas. Enquanto alguns argumentam que a rede social possa tuitar em seu nome no Twitter, outros sinalizaram um possível vazamento de dados de usuários.

“Imagine dar poder a terceiros para fazer essas coisas em seu perfil”, alertou o usuário Elja. “No futuro, eles podem postar ou retuitar coisas da sua conta que tenham más intenções e possam prejudicar sua comunidade.”

“Apenas uma falha de segurança e tudo desaparecerá.”

Permissões do Friend Tech no Twitter de seus usuários. Fonte: Elja/Reprodução.
Permissões do Friend Tech no Twitter de seus usuários. Fonte: Elja/Reprodução.

Como recomendação, o usuário aponta que as pessoas devem desativar tais permissões dentro do próprio Twitter, mitigando tal risco.

No entanto, outro usuário trouxe uma crítica ainda maior à Friend Tech, afirmando que a rede social descentralizada já passou por um grande vazamento de informações.

“101.183 pessoas deram acesso à Tech Friend para postar como eles, indica banco de dados vazado.”

Verificando as informações, o Livecoins descobriu que o repositório do GitHub com link na publicação acima não se encontra mais disponível. Portanto, não conseguimos verificar seu conteúdo, que supostamente continham endereços de carteiras e nomes de usuários.

Em sua defesa, a Friend Tech afirmou que tais dados são públicos. Ou seja, não houve nenhum vazamento.

“Isso é apenas alguém coletando nossa API pública que mostra a associação entre endereços de carteira pública e nomes de usuário públicos do Twitter. É como dizer que alguém invadiu você olhando seu feed público do Twitter”, escreveu a Friend Tech, chamando a mídia de irresponsável.

Por fim, além da grande falta de informações sobre o projeto e grandes críticas já em seus primeiros dias de vida, a comunidade está em dúvida se o projeto será duradouro. Ou seja, é possível que tenha o mesmo fim dos jogos play-to-earn, que sumiram tão rápido quanto surgiram.

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Henrique HK
Henrique HKhttps://github.com/sabotag3x
Formado em desenvolvimento web há mais de 20 anos, Henrique Kalashnikov encontrou-se com o Bitcoin em 2016 e desde então está desvendando seus pormenores. Tradutor de mais de 100 documentos sobre criptomoedas alternativas, também já teve uma pequena fazenda de mineração com mais de 50 placas de vídeo. Atualmente segue acompanhando as tendências do setor, usando seu conhecimento para entregar bons conteúdos aos leitores do Livecoins.

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