A opinião do presidente da Rússia sobre o criptomercado e seus ativos digitais é interessante. De acordo com ele, criptomoedas são algo que funcionam para além das fronteiras de um território.
Assim, o mandatário defende que países não tenham uma criptomoeda própria, algo que, para ele, também se aplica ao seu próprio país. Sua opinião vai na contramão de diversos outros líderes, que estão instituindo tokens próprios nos locais que governam.
Enquanto países como China e diversos locais da Europa trabalham para criar uma criptomoeda própria, a questão da centralização do ativo digital tem sido bastante considerada.
Para muitos especialistas, a instituição de tokens territorializados poderia servir como ferramenta para vigilância. Levando em consideração que não há nenhuma lei sobre o criptomercado operar na Rússia, a opinião de Putin parece mostrar-se favorável a seu livre uso.
Seus comentários rapidamente chamaram a atenção de membros do criptomercado. O CEO da Binance, Changpeng Zhao elogiou a opinião de Putin, dizendo que poucos líderes tiveram este nível de entendimento sobre ativos digitais até o momento. Para ele, a maioria dos governantes está tentando utilizar criptomoedas como algo que os permitam ter controle da situação.
Diferentes perspectivas para a mesma questão
Na contramão da opinião de Putin, um dos países que mais tem trabalhado para instituir sua própria criptomoeda é a China.
Atualmente, o Banco Popular do país tem trabalhado em prol de seu ativo digital, batizado preliminarmente de DC/EP.
Trata-se de uma versão digital do Yuan, com mais de cinco anos de pesquisa para o seu desenvolvimento. Algumas lojas e empresas já o utilizam, como o Mcdonalds e o Starbucks. Agora ele começará a ser distribuído à população.
Mesmo com notícias que o projeto havia sido suspenso pelo banco, sabe-se que o token está sendo testado em quatro cidades da China.
Além disso, a expectativa é de que a criptomoeda seja oficialmente lançada no país até o final do ano. O problema em meio a isto é que o governo comunista de Xi Jinping pode utilizar o DC/EP para ampliar seu domínio sob o povo.
Também é interessante notar que outro país que também tem investido pesado em ativos digitais é a Venezuela.
O governo de Nicolás Maduro, com claras características autoritárias, instituiu o Petro na tentativa de controlar a grave crise econômica que assola o país.
Porém, até o momento este objetivo não está sendo alcançado com êxito, uma vez que os problemas continuam em todo o território, intensificados pelo coronavírus.