Um zagueiro uruguaio processa um clube de futebol no Brasil por, possivelmente, não cumprir com acordos. Após não aceitar criptomoedas como pagamento, o jogador quer bloquear o valor que a CBF irá repassar ao clube brasileiro.
Conhecido como Walter Ibáñez, o zagueiro quase jogou pelo clube de futebol Vila Nova Futebol Clube, de Goiás. Com negociação iniciada em 2017, sua chegada era condicionada a de outro jogador, também uruguaio, mas as negociações não avançaram.
Contudo, Walter entrou na justiça brasileira pedindo R$ 350 mil do clube, afirmando que teria direito a receber o valor por prejuízos que teria sofrido. O valor foi solicitado após o jogador não receber, em criptomoedas, o que acredita ser o correto. Em 2019, uma decisão do Tribunal Regional do Trabalho deu ganho de causa ao jogador.
O zagueiro uruguaio Walter Ibáñez tem processado o clube Vila Nova, de Goiás, por descumprir um pré-contrato. Na justiça do trabalho, o jogador já conseguiu várias decisões favoráveis em sua visão, que onera o clube brasileiro em R$ 350 mil.
Desde 2019, de acordo com o portal Sagres, o Vila Nova já teria sido declarado culpado na justiça. Na ocasião, o clube de futebol recebeu decisão desfavorável, sendo que deveria pagar o valor ao zagueiro, mas tem recorrido.
Contudo, em outubro de 2019, o Vila Nova começou uma parceria com a All In Assessoria Esportiva, que cuida da USD Soccer, uma criptomoeda voltada a clubes de futebol. No site oficial, a USD Soccer é vendida no site DayBit Investimentos, e teria sido oferecida ao jogador uruguaio como pagamento pela dívida.
O zagueiro Walter Ibáñez então recorreu novamente no TRT-18, afirmando que não quer receber em criptomoedas. Isso porque, as criptomoedas apontadas como meio de pagamento não possuem facilidade de serem convertidas em dinheiro, e o juiz concordou com a visão do jogador novamente.
Nestes autos a nomeação de bens feita pelo executado restou prejudicada, pois indicou criptomoedas que, no momento, não podem ser convertidos em pecúnia.
A instituição máxima ligada ao esporte no país é a Confederação Brasileira de Futebol (CBF). Com o acirramento da crise do novo coronavírus, a CBF informou que irá repassar valores para ajudar os clubes neste período em que o futebol está paralisado.
Ao vislumbrar o apoio a ser dado ao clube que processa, o zagueiro que não aceitou criptomoedas pediu na justiça que seja bloqueado uma parte do valor que será repassada pela CBF. Ou seja, para receber o que lhe é devido, Ibáñez novamente acionou o TRT.
O juiz que cuidou do caso notificou então a CBF para que realize o bloqueio de 30% do valor repassado pela CBF ao Vila Nova. Dessa forma, qualquer repasse que a CBF faça ao clube, terá uma porcentagem retirada para pagar o zagueiro antes. O processo 0011559-22.2019.5.18.0014 ainda está em análise judicial pelo TRT-18, em Goiás.
Diante dessa notícia, nada obstante o silêncio do exequente, oficie-se para a CBF para que proceda ao bloqueio e transferência do crédito exequendo devido pelo executado, observado o limite de 30% do valor total a ser repassado ao Vila Nova Futebol Clube, bem como 30% de quaisquer outros créditos que o executado tenha a receber da entidade.
Comentários