A Kiklabb, uma entidade governamental que emite licenças comerciais para a Zona Franca de Dubai, anunciou hoje que irá permitir que empreendedores paguem por suas licenças comerciais e taxas de visto utilizando criptomoedas.
O CEO da empresa, Tasawar Ulhaq, declarou que a Kiklabb é a primeira empresa de licenciamento de propriedade do governo nos Emirados Árabes Unidos a aceitar criptomoedas e, segundo ele, “certamente não será a última”. O anúncio é um evento significativo para a cidade e coloca Dubai a frente de outras nações do Golfo que ainda estão em fase de preparação para adotar pagamentos digitais e atrair fintechs.
De acordo com o CEO da Kiklabb, grandes players do mercado internacional já se mostraram interessados em fazer negócios e se estabelecer no país. Ele revelou que tem conversado com grandes empresas do setor de criptomoedas que já afirmaram ter interesse em se estabelecer no país e que a visão da KikLabb não é apenas “seguir” as tendências em relação as criptomoedas, mas também defini-las.
Nações do Golfo “apostam” nas criptomoedas
Os estados do Golfo estão abrindo caminho para a diversificação econômica e a tecnologia está no centro de seus interesses. O co-diretor da BEDB (Bahrain Economic Development Board), David Parker, declarou recentemente que a região quer estar na vanguarda da Quarta Revolução Industrial.
Parker explicou que a região perdeu a primeira e a segunda revolução, e que quando a terceira revolução aconteceu, as nações do Golfo apenas acompanharam o surgimento do Vale do Silício, “estávamos muito ocupados ganhando dinheiro com o petróleo”, disse ele.
Nações do Golfo Pérsico têm procurado atrair startups para ganhar uma maior participação na fatia do mercado global de fintechs (que deve ser avaliado em US $ 310 bilhões em 2022). Com o intuito de atrair cada vez mais empresas do setor, cidades como Dubai passaram a oferecer financiamento de projetos, espaços de trabalho físicos e um regulamento financeiro inovador.
A capital dos Emirados Árabes se mostrou bastante atrativa para empresas do setor de criptomoedas. Em 2018 o país criou leis flexíveis, permitindo que startups pudessem se estabelecer e crescer no país.
Outra nação favorável as criptomoedas é o Bahrein, uma das primeiras do Golfo a “abrir as portas para as criptomoedas”. Em 2019 o país licenciou a primeira corretora cripto da região, a Rain.
Dubai costumava evitar regulamentar os pagamentos digitais e permitir que as criptomoedas fossem utilizadas legalmente.
Nos últimos meses, contudo, a cidade demostrou que pretendia mudar sua visão em relação as criptomoedas e em janeiro, a Autoridade de Serviços Financeiros de Dubai, que regula a principal zona franca financeira, anunciou que iria elaborar uma estrutura para regular ativos digitais, incluindo criptomoedas.
Nesse sentido, o anúncio da Kiklabb é o indicativo de como Dubai e as nações do Golfo Pérsico pretendem se tornar um centro tecnológico referência na região, dando cada vez mais espaço para o crescimento de empresas do setor de criptomoedas.