Existe uma enorme desigualdade entre a distribuição de bitcoins no mercado. Segundo uma pesquisa recentemente publicada, 2% dos endereços de bitcoin controlam 80% de toda oferta disponível da criptomoeda.
Uma desigualdade na distribuição do bitcoin poderia elevar a desigualdade social. Além disso, poucas pessoas acumulando grandes quantias da criptomoeda podem acarretar em problemas como manipulação de rede, do preço e até de liquidez.
Pesquisadora revela controle de bitcoins nas mãos de poucos
O bitcoin surgiu há dez anos atrás e ao longo deste tempo a criptomoeda foi acumulada nas mãos de poucas pessoas. Para Preethi Kasireddy, essa concentração pode estar em um nível preocupante. A fundadora e CEO da TruStory acredita que a maioria dos bitcoins que existem no mercado estão acumulados nas mãos de poucos investidores.
A pesquisa comentada pela especialista sugere que 2% dos endereços de bitcoins acumulam 80% de toda a oferta da criptomoeda no mercado. Embora a especialista não tenha citado o número de investidores, os endereços por si só revelam um acúmulo impressionante de bitcoins.
“A distribuição está longe de ser ideal. Espero que o cenário mude e a distribuição melhore com o passar do tempo”.
Bitcoin wealth distribution: 2% of addresses control 80% of the wealth.
Ouch. pic.twitter.com/MtNe3nKf5K
— Preethi Kasireddy (@iam_preethi) August 13, 2019
Analista apresentou dados em pesquisa sobre desigualdade
Para o analista da TruStory, a distribuição do bitcoin acontece de forma completamente desigual. Para concluir o relatório da concentração da criptomoeda, Saurabh Desphande fez algumas considerações sobre a oferta do bitcoin. Alguns ajustes nos dados coletados foram necessários para tentar entender a real oferta da criptomoeda.
Segundo o analista, os dados também podem ser refutados. Sendo assim, a pesquisa pode apresentar um grau de imprecisão. Em busca de diminuir as chances de erros, endereços de bitcoins com menos de 0,001 (BTC) não foram utilizados.
Por outro lado, alguns dados impedem uma precisão ainda maior do resultado apresentado na pesquisa. Exchanges, por exemplo, não possuem o mesmo número de clientes e de endereço de bitcoins. Essa e outras inconsistências foram reconhecidas pelo estudo publicado.
“Nem todos os endereços de troca são conhecidos. Portanto, introduzi um erro de cálculo. Esse indicador de erro considera metade dos endereços de exchanges identificados como os novos endereços de exchanges assumidos”.
Outro especialista contesta dados da pesquisa
Os dados da pesquisa foram contestados pelo especialista Ari Paul. Como resposta a publicação de Preethi, o CIO e Managing Partner da BlockTower Capital alegou que a porcentagem de endereços não pode revelar o real número de investidores.
O analista disse que poderia criar um milhão de endereços de bitcoin com uma quantidade ínfima da criptomoeda, o que influenciaria nos dados da pesquisa. Porém, Ari Paul publicou a resposta no Twitter antes de entender a metodologia utilizada na pesquisa.
I don’t view “% of addresses” as meaningful. I could create 1 million new addresses with dust in each with a script, and drive that number down further. The problem is that the denominator is kind of a nonsense number. What does the total number of addresses mean or matter?
— Ari Paul ⛓️ (@AriDavidPaul) August 14, 2019