EUA supera China e assume liderança na mineração de Bitcoin

Após proibição da China, Estados Unidos se tornam líderes globais da mineração.

De acordo com um estudo da Cambridge Center for Alternative Finance publicado nesta quarta-feira (13), os Estados Unidos contam agora com uma taxa global de hash (poder de mineração) de 35,4%. Ou seja, a maior parte de poder de mineração de bitcoin encontra-se no país. 

O aumento exponencial da taxa de hash nos EUA se deve ao fato da China ter reprimido a mineração de bitcoin no início deste ano. Com isso, os Estados Unidos viram o poder de mineração crescer mais do que o dobro, enquanto na China esse número caiu para praticamente zero.

Mapa de mineração do bitcoin. As áreas mais escuras indicam taxas de hashrate maiores.

Proibição da China

A China já havia proibido o comércio de criptomoedas no país, porém, no início deste ano o governo decidiu proibir a mineração. Essa proibição causou a saída de vários mineradores do país, o que deu a oportunidade para outros lugares do mundo se tornarem parte da indústria de mineração de maneira mais ativa. 

No período em que a China proibiu a mineração, a queda do hashrate da rede Bitcoin foi de 38%, valor compensado nos meses de julho e agosto. A medida que as atividades paravam na China, outros países ganhavam espaço na mineração.

Evolução do hashrate de rede. Via cbeci.org/mining_map.

Nesse cenário, em Abril de 2021 os Estados Unidos detinham apenas cerca de 17% do hashrate (poder de mineração) mundial, ou seja, sua participação aumentou cerca de 103%, enquanto países como Cazaquistão e Rússia, tiveram um aumento de 120% e 61% respectivamente. 

Mineração em outros países

Com a repressão na China, diversos outros países puderam se tornar ambientes propícios para a mineração, o que é interessante para o Bitcoin, pois acaba com o FOMO da centralização da mineração. 

Além dos EUA, Cazaquistão e Rússia vêm em seguida, sendo os dois maiores países com maior taxa de hashate. Outros países, como Canadá, Irlanda, Malásia e Alemanha também tem uma boa taxa de participação no cenário da mineração. 

Embora a mineração na China tenha regredido bastante, é muito improvável que ela, de fato, tenha chegado a zero. A maior parte da taxa caiu de grandes reservatórios, no entanto, estima-se que ainda existam mineradores secretos que podem ainda estar em atividade usando VPNs ou servidores Proxy para permanecer anônimos na rede. 

Mineradores anônimos

Muitos mineradores anônimos fazem parte da rede e, após a repressão da China, o percenutal da “mineração anônima” cresceu nos gráficos de distribuição de hashrate. 

Em 2018 e 2019, o hashrate anônimo era muito alto, mas em 2020 isso diminuiu. Com a repressão da China os números aumentaram novamente. A Bloomberg especula que grande parte do hashrate presente na Irlanda e Alemanha, pode ser de mineradores chineses anônimos usando VPNs. 

Distribuição do hashrate por Pools de mineração. Hashrate “desconhecido” com 2,86% do poder de mineração. Via BTC.com.

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Eduarda Lobato
Eduarda Lobato
Educadora sobre bitcoin & copywriter.

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