O ministro da Controladoria-Geral da União (CGU), Wagner Rosário, falou sobre o trabalho de combate a corrupção no Brasil e o uso de criptomoedas no processo.
É importante destacar que o dia 9 de dezembro é o Dia Internacional de Combate a Corrupção, data que governos se mostram preocupados em apresentar os resultados do combate a esse crime.
A corrupção na via pública é um mecanismo que agentes públicos utilizam do seu poder para obter vantagens para si, mediante suborno, entre outras práticas. Para combater esses esquemas, contudo, é necessário que órgãos de fiscalização e investigação recebam denúncias ou que o esquema deixe muitos pontos claros.
Nos Estados Unidos, a Casa Branca criou uma força tarefa para investigar casos de corrupção e lavagem de dinheiro, colocando também as criptomoedas no centro deste debate.
CGU de olho no uso de criptomoedas em casos de corrupção
Wagner Rosário concedeu uma entrevista, publicada pelo Governo do Brasil na última terça-feira (21), onde explicou sobre alguns detalhes do Plano Anticorrupção. Segundo ele, o ano de 2021 já viu surtir efeitos do plano iniciado em 2020 e que deverá ser conduzido até 2025.
Com 40% do plano cumprido, 60 ações já foram entregues de acordo com a Controladoria-Geral da União. O ministro do CGU explicou que o processo envolve três pilares, o de gestão, governança e, combate e prevenção a corrupção.
Segundo Rosário, nos últimos três anos 1.500 servidores públicos foram demitidos por casos de corrupção, somando 8.500 desde 2003. Ele lembrou que esse processo é rigoroso e acontece após problemas serem detectados.
“Normalmente esses processos surgem através de detecções dos próprios chefes dos servidores, ou por meio de denúncias, que também é um canal muito comum, ou mesmo através de auditorias e de trabalhos realizados pela CGU ou por outros órgãos.”
Questionado se o tema corrupção é complexo para se combater, Wagner Rosário declarou que acredita nisso, visto que a corrupção não tem causa única. Segundo ele, não basta implementar controles no Governo que a corrupção acaba.
Segundo ele, a corrupção mais comum exige um envolvimento de um agente público e outro privado. Contudo, esse processo tem evoluído, principalmente no quesito pagamento da propina.
Um dos pontos que evoluiu é justamente o combate a corrupção que envolve pagamentos em criptomoedas ou outros meios de se transitar dinheiro por fronteiras, o que dificulta o combate.
“Hoje, os meios dessa relação mudaram muito, antigamente você pagava uma propina, essa propina ela podia ser de várias maneiras, em dinheiro, num veículo, num bem. Hoje nós temos as criptomoedas, nós temos novos caminhos. Nós temos essa intercomunicação, essa globalização em que você pode transitar dinheiro por fronteiras.”
Ele acredita que países com maior desigualdade social e baixo nível de educação sofrem mais com a corrupção, dependendo de uma mudança de cultura para que o problema seja mitigado. De qualquer forma, o governo tem implementado novas técnicas de controle e espera que o caminho adotado no Plano Anticorrupção ajude a resolver problemas neste campo.