Conhecido como “Playboy do Bitcoin”, um homem foi condenado a prisão pela justiça do Distrito Federal e terá que pagar também uma multa. Este é um caso relativamente antigo que ocorreu no Brasil, com a criação de um esquema que prometia rendimentos fáceis para investidores.
Com essas promessas, principalmente no ano de 2019, Marlon Gonzalez Motta foi acusado de sumir com o dinheiro dos clientes.
Após receber muito dinheiro, ele passou a viver e ostentar uma vida de luxo nas redes sociais, o que revoltou ainda mais seus investidores. Alguns deles até o ameaçaram de morte e ele passou a se esconder para evitar o pior.
Esse golpe afetou pessoas que acreditaram nas falsas promessas em Brasília e foi até alvo de uma cobertura pelo Domingo Espetacular, onde foi apontado como “gênio precoce do estelionato”.
Sua empresa, a M3 Private, afirmava que suas operações de sucesso eram realizadas por robôs de trade, que garantiam os altos retornos prometidos. Um sócio dele chegou a forjar um próprio sequestro, mas toda essa confusão acabou sendo alvo de vários inquéritos pela Polícia Civil do Distrito Federal, mesmo com ele alegando ser inocente.
“Playboy do Bitcoin” é condenado a prisão e multa no DF
De acordo com o Tribunal de Justiça do Distrito Federal (TJDF), o “Playboy do Bitcoin” foi condenado nos últimos dias a cumprir 1 ano e 2 meses de prisão. A condenação se deu por conta dos crimes de estelionato contra três investidores que o levaram a justiça.
Essas três vítimas enviaram a ele R$ 120 mil com a confiança de que ele era um investidor de sucesso no mercado. Ele parecia ser de confiança, dono de uma empresa e sócio de outras duas instituições financeiras, mas nunca devolveu aos investidores os valores por eles enviados.
Na justiça, sua defesa alegou que ele operava valores na bolsa de valores e com criptomoedas, mas como esse é um mercado de renda variável, “se tratava de investimento de alto risco e que o acusado não pode assumir a responsabilidade de ressarcir os investidores dos prejuízos“.
No entanto, o juiz não concordou com o ponto de vista da defesa, visto que as provas apontam para um esquema para obter vantagem ilícita para si, o que é uma clara prática de estelionato.
“Observa-se o intuito claro do Acusado em obter vantagem ilícita, fingindo que se tratava de um investimento, sendo que no início fingia que estava dando certo e, logo depois, procurou sair da presença das vítimas e ficou com o dinheiro que havia recebido das mesmas, o que denota, sem maiores delongas, o intento do Réu em ludibriar os ofendidos e lograr êxito na prática delitiva. Trata-se de estelionatos consumados”.
“Nada pode diminuir a culpa dele, é imputável”
O juiz que cuidou do caso no TJDF também apontou ser clara a culpa dele no caso, que imputável.
Dessa forma, o “Playboy do Bitcoin”, como Marlon Gonzalez Motta é conhecido entre investidores, foi condenado a prisão e pagamento de R$ 120 mil às três vítimas. Ele também terá que pagar uma multa sobre isso, mas responderá em liberdade e seu caso ainda cabe recurso na defesa.
De qualquer forma, sua pena restritiva de liberdade foi substituída por outras duas restritivas de direitos, que serão avaliadas e definidas pelo Juízo de Execuções Penais.