Nesta quarta-feira (9), a União Europeia estipulou novas sanções à Rússia como resposta ao ataque russo à Ucrânia, citando “criptomoedas”. Além da Rússia, as ações também valem para seu país vizinho, a Bielorrússia.
“Estas alterações criam um alinhamento mais estreito das sanções da UE relativamente à Rússia e à Bielorrússia e ajudarão a garantir, de forma ainda mais eficaz, que as sanções à Rússia não podem ser contornadas, nomeadamente através da Bielorrússia.”, aponta a nota da UE
Em destaque, três bancos bielorrussos foram expulsos do SWIFT, um sistema de comunicação global entre bancos.
Além disso, depósitos superiores a 100.000 euros, de cidadãos ou residentes da Bielorrússia, também estão suspensos, bem como a prestação de serviços a entidades estatais deste país, transações com o seu Banco Central e também a proibição do fornecimento de euros à Bielorrússia.
Criptomoedas não serão refúgio na Rússia
Muitos especialistas apontaram que as criptomoedas poderiam ser uma ferramenta para que russos sancionados continuassem sua vida normalmente. Entretanto, as novas sanções da União Europeia mostram que esta porta também pode ser fechada.
“Para a Bielorrússia, as medidas, que introduzem proibições no SWIFT semelhantes às do regime da Rússia, esclarecem que as criptomoedas se enquadram no escopo de ‘títulos transferíveis’ e expandem ainda mais as restrições financeiras existentes, espelhando as medidas já em vigor em relação às sanções da Rússia.”
Seguindo, o texto aponta que outros 160 cidadãos russos foram adicionados a lista de sanções. Sendo 14 oligarcas e empresários, incluindo seus familiares, bem como 146 membros do Conselho da Federação da Rússia. Destacando que atualmente 862 pessoas e 53 entidades estão nesta lista.
Voltando as criptomoedas, embora ainda não assuma que o Bitcoin seja dinheiro, literalmente, a nota novamente aponta que as criptomoeda são “títulos transferíveis” e que desta forma também se aplicam as sanções.
“Por fim, a UE confirmou o entendimento comum de que empréstimos e crédito podem ser concedidos por qualquer meio, incluindo criptomoedas, bem como esclareceu ainda mais a noção de ‘títulos transferíveis’, de modo a incluir claramente criptomoedas e, assim, garantir a implementação adequada das restrições em vigor.”
Por fim, mesmo que criptomoedas verdadeiramente descentralizadas como o Bitcoin sejam imparáveis, tais sanções podem forçar muitas exchanges a não aceitarem o uso de suas plataformas por cidadãos russos. Portanto, isso deve dificultar a vida dos mesmos enquanto os ataques persistirem.
Até o momento tais sanções estão tendo impacto na economia russa. Sua moeda, o rublo, já está em sua mínima histórica, já o Bitcoin bateu um novo recorde de preços na Rússia, chegando a 5 milhões de rublo por unidade.