Greenpeace lança campanha contra mineração de Bitcoin

Até o momento, o destaque é a participação de Chris Larsen, cofundador e diretor-executivo da Ripple (XRP). Segundo a Bloomberg, o bilionário já doou 5 milhões de dólares (R$ 24 milhões) para a campanha.

O Greenpeace, organização não governamental com foco na proteção do meio ambiente, está lançando a campanha chamada ‘Mude o código, não o clima’. Seu objetivo é mudar o atual modelo de mineração do Bitcoin, em uso há treze anos.

O anúncio, realizado nesta terça-feira (29) através da Bloomberg, também aponta o apoio de outras entidades. Além das gigantes Goldman Sachs, BlackRock, PayPal, Venmo e Fidelity, o principal interessado parece ser Chris Larsen, cofundador e diretor-executivo da criptomoeda Ripple (XRP).

Um ponto destacado pelo mesmo é a migração do modelo de mineração do Ethereum, programada para este ano. Em sua tese, isso fará com que o Bitcoin fique ultrapassado, contudo, já existem diversas criptomoedas utilizando Proof-of-Stake (PoS).

Mude o código, não o clima

Tentando mudar o modelo de mineração do Bitcoin, hoje Proof-of-Work (PoW), a campanha chamada ‘Mude o código, não o clima’ terá início no mês que vem. Sua estratégia está baseada na compra de anúncios e com isso pretendem pressionar os desenvolvedores para buscar mudanças.

Entre os principais envolvidos está o gigante Greenpeace, ONG ambiental, bem como Chris Larsen, cofundador da criptomoeda Ripple (XRP) — que, por ser centralizada, não enfrenta tais críticas.

Segundo Michael Brune, responsável pela campanha, outras empresas gigantes como Goldman Sachs, BlackRock, PayPal, Venmo e Fidelity também terão participarão.

“Estamos nesta campanha a longo prazo, mas esperamos — principalmente porque o Bitcoin agora está sendo financiado por entidades e indivíduos que se preocupam com as mudanças climáticas — que possamos obrigar a liderança a concordar que este é um problema que precisa ser resolvido”

Embora elogiem a tentativa dos mineradores em buscar fontes de energia renováveis, os mesmos destacam que este é um setor competitivo. Portanto, sempre haverá aqueles usando carvão ou petróleo para alimentar suas fazendas de mineração.

Fundador da Ripple já doou R$ 24 milhões para a campanha

Até o momento, o destaque é a participação de Chris Larsen, cofundador e diretor-executivo da Ripple (XRP). Segundo a Bloomberg, o bilionário já doou 5 milhões de dólares (R$ 24 milhões) para a campanha.

Em seu Twitter, Larsen afirma que seu posicionamento é pessoal e não está relacionado a Ripple. Contudo, sendo uma concorrente do Bitcoin, é possível ver um conflito de interesses aqui, principalmente por ser altamente improvável que o BTC mude seu modelo de mineração, servindo apenas como propaganda para a XRP.

Além disso, o diretor-executivo da Ripple já havia proposto, no final do ano passado, uma solução bizarra para resolver o problema da alta energia gasta pelo Bitcoin.

Voltando a seus tuítes recentes, Larsen afirma que não está trabalhando contra o Bitcoin, enfatizando que sua luta está relacionada apenas aos efeitos colaterais da mineração da maior criptomoeda.

“A indústria de criptomoedas de hoje é abençoada com um talento incrível, capital ilimitado e tem a missão de tornar o mundo melhor. Eu realmente acredito que isso pode transformar esse problema climático em uma solução — e se os mineradores fossem incentivados a remover carbono da atmosfera?”

Tuíte de Chris Larsen sobre mineração de Bitcoin.

Migração do Ethereum pode pressionar o Bitcoin

Como já mencionado pelo Livecoins, muitos acreditam que a migração do Ethereum para Proof-of-Stake (PoS), programada para este ano, possa aumentar a pressão sobre o Bitcoin. Isso vale tanto para regulamentações quanto sua dominância de valor de mercado conforme o Ethereum é a segunda maior moeda e pode ganhar espaço.

Contudo, muitas outras moedas já utilizam tal modelo de mineração mais amigável ao mesmo ambiente, inclusive a própria Ripple, há uma década. Entretanto, isso não foi suficiente para a XRP ultrapassar o Bitcoin.

O mesmo ocorre com o Ethereum, atualmente minerado por inúmeras por placas de vídeo, ainda com ampla vantagem sobre seus concorrentes. Como exemplo, BNB, Solana, Avalanche, EOS e tantas outras blockchains focadas em tokens e contratos inteligentes.

Portanto, é altamente improvável que o Bitcoin, com uma capitalização de mercado de R$ 4,3 bilhões, esteja disposto a enfrentar riscos associados a esta mudança em seu modelo de mineração proposta pelo Greenpeace e por Larsen.

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Henrique HK
Henrique HKhttps://github.com/sabotag3x
Formado em desenvolvimento web há mais de 20 anos, Henrique Kalashnikov encontrou-se com o Bitcoin em 2016 e desde então está desvendando seus pormenores. Tradutor de mais de 100 documentos sobre criptomoedas alternativas, também já teve uma pequena fazenda de mineração com mais de 50 placas de vídeo. Atualmente segue acompanhando as tendências do setor, usando seu conhecimento para entregar bons conteúdos aos leitores do Livecoins.

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