Conforme a recompensa por bloco é reduzida pela metade a cada ~4 anos, isso pode representar um problema de segurança para o Bitcoin no futuro. O motivo são os menores incentivos financeiros da mineração.
Sendo assim, o hashrate do Bitcoin estaria dependente de seu próprio preço. Embora isso, junto aos avanços dos equipamentos de mineração, tenha conseguido aumentos constantes até então, tudo pode mudar no futuro.
Devido a isso, Peter Todd, desenvolvedor do Bitcoin, sugeriu que o Bitcoin ultrapassasse o limite de 21 milhões de unidades, recebendo críticas logo em seguida por grandes nomes como Cobra, responsável pelo site Bitcoin.org.
Problema para daqui a 10 anos
Em sua proposta, Todd aponta que nenhuma criptomoeda que usa Proof-of-Work funciona apenas com as taxas de transações. Com a recompensa por bloco chegando a apenas 0,78125 BTC em 3 halvings (~10 anos a partir de agora), a segurança do Bitcoin já começa a ser discutida.
Para mitigar este potencial problema, o desenvolvedor do Bitcoin sugere que o limite de 21 milhões de BTC seja esquecido, tendo uma emissão fixa.
“Se uma moeda existente decidir implementar a emissão de cauda (tail emission) como meio de financiar a segurança, escolher uma taxa de emissão apropriada é simples,” escreve Peter Todd. “Decida a quantidade máxima de inflação que você deseja ter no pior caso e defina a emissão de cauda de acordo.”
Segundo Todd, tal mudança nas regras do Bitcoin não o transformaria em uma moeda inflacionária. Como desculpa, aponta que milhares de moedas foram e continuam sendo perdidas, equilibrando a equação.
Indo além, também comenta que “uma inflação de 0,5% em 50 anos leva a uma queda de apenas 22%” e que o Bitcoin enfrenta correções de preço ainda maiores com certa frequência.
“Como eu disse, em 14 anos a política pode ser bem diferente. Outras moedas fazem hardforks regularmente. Certamente não é impossível. Apenas requer o ambiente político certo.”
As I said, in 14 years the politics could be quite different.
Other coins so hardforks regularly. It's certainly not impossible. Just requires the right political environment.
— Peter Todd/mempoolfullrbf=1 (@peterktodd) July 11, 2022
Recebeu críticas de Cobra
Conforme o limite de 21 milhões de unidades é justamente o que lhe difere de moedas fiduciárias, a proposta de Todd rapidamente recebeu críticas de grandes nomes como Cobra, responsável pelo site Bitcoin.org.
“É muito estranho ver bitcoiners que eram hostis a um aumento no tamanho do bloco agora debatendo e (alguns) querendo aumentar a oferta de moedas de 21 milhões.”
Seguindo, afirma que este limite nunca deveria ser questionado ou debatido e então aponta que existem outras soluções caso os incentivos aos mineradores se torne um problema.
Como exemplo, cita a redução do tamanho dos blocos, o que geraria taxas mais altas. Indo além, comenta que o Bitcoin ainda é muito básico e a integração de funções “inteligentes” poderia oferecer incentivos financeiros maiores.
“Prefiro que o Bitcoin morra com seus princípios intactos do que viva comprometido apenas para que algumas pessoas possam manter a sua riqueza.”
I would rather Bitcoin die with its principles intact than live but be compromised just so some people can hold on to their wealth.
With adoption, I think having more “smart” functionality might generate more fees for the miners. Bitcoin is still very basic as a system.
— Cøbra (@CobraBitcoin) July 13, 2022