Enquanto as corretoras de criptomoedas do Brasil lutavam com as plataformas estrangeiras que operam no país, elas podem não ter percebido que alguns de seus maiores concorrentes já estavam em território nacional, como é o caso do Nubank e o Mercado Pago.
Em fevereiro de 2022, o Mercado Pago, empresa do Mercado Livre, alcançou a marca de 1 milhão de clientes de criptomoedas. Pioneira entre as grandes fintechs, a empresa lançou em parceria com a Paxos a negociação de Bitcoin e rapidamente atraiu sua base para o setor.
Nos últimos dias, o Nubank declarou que em apenas três semanas após liberar as criptomoedas, 1 milhão de clientes foi alcançado. Os casos mostram que a rápida chegada dos bancos digitais ao setor pode tirar o foco das corretoras de criptomoedas brasileiras.
Nubank já se tornou uma das maiores corretoras de Bitcoin do Brasil
Um recente estudo divulgado pelo snaq, plataforma que cria conteúdos sobre o ecossistema de startups no Brasil, buscou conhecer o tamanho das operações de criptomoedas que operam no país.
Dessa forma, buscando ler matérias sobre o tema, releases divulgados pelas próprias empresas, assim como informações em seu site, foi criado uma espécie de ranking sobre o setor.
De acordo com o levantamento, ficou claro que a maior corretora no Brasil em número de clientes é o Mercado Bitcoin, com 3,8 usuários cadastrados. Em seguida, chama atenção que o Nubank Cripto aparece com 1 milhão de clientes.
Corretoras como a foxbit também já alcançaram essa marca e aparecem entre as maiores plataformas a permitir a negociação de criptomoeda. Outras empresas lembradas foram a NovaDAX (850 mil), BitcoinTrade (650 mil), Bitcointoyou (400 mil) e Coinext (300 mil).
Vale lembrar que o estudo não mencionou a presença do Mercado Pago, nem de corretoras como a BitPreço, que é uma das maiores operações em volume de acordo com dados do Mercado Cripto.
A principal diferença dos bancos digitais que operam no setor para as corretoras ainda é o quesito saque e depósitos de criptomoedas, visto que nem Nubank, nem Mercado Pago liberam essas opções aos clientes até o momento, mesmo com muitos usuários.
Atualmente, existem pelo menos 22 corretoras operando no Brasil, ainda que a estrangeira Binance detenha mais de 70% do volume nas últimas 24 horas, por exemplo.
Corretoras internacionais de olho no mercado brasileiro
As maiores corretoras do mundo já buscam seu espaço na América Latina, localização que chama atenção desde 2021, quando El Salvador tornou o Bitcoin moeda de curso legal pela primeira vez.
Como o Brasil é o maior país da região e detém o maior volume de negociações de Bitcoin, o mercado local desperta ainda mais o interesse de grandes plataformas, como a Binance e FTX, por exemplo.
A Coinbase é outra que tem planos de ter uma equipe local dedicada para negociar criptomoedas. Já a Bitfinex, empresa que é parte do ecossistema que emite a moeda Tether, é outra plataforma que quer brigar por posições no país.
Dessa forma, o mercado nacional deve ver mais chegadas de plataformas em breve e tudo indica que regulamentação não será um impedimento para os desembarques.