No início deste mês, autoridades holandesas prendiam Alexey Pertsev após os EUA sancionarem o mixer Tornado Cash. Agora, novas informações apontam que o desenvolvedor possui ligação com a maior agência de inteligência da Rússia, o Serviço Federal de Segurança (FSB).
Segundo informações da Kharon, empresa de análise de dados, Pertsev trabalhou como especialista em segurança da informação e desenvolvedor de contratos inteligentes para a Digital Security OOO em 2017. Tal companhia fornecia suporte à FSB, Serviço Federal de Segurança da Rússia.
Enquanto isso, outras empresas de análises apontam a Rússia como sendo o país com maior ligação à hacks da indústria, principalmente por golpes, mercados negros e ransomwares.
Prisão de Alexey Pertsev pode ser justificada por seu antigo emprego
Detido na Holanda no início deste mês, a prisão de Alexey Pertsev gerou revolta na comunidade que luta contra a censura. Na última semana, mais de 50 pessoas realizaram um protesto pedindo por sua soltura, além de 2.750 assinaturas em uma petição online.
Contudo, novas informações sobre o antigo emprego de Pertsev podem explicar o real interesse dos EUA e da Holanda na sua prisão. Afinal, muitos estavam perplexos por ele ter sido preso por ajudar na criação de uma ferramenta de código aberto.
Segundo informações da Kharon, Pertsev trabalhou em uma empresa que fornecia suporte ao Serviço Federal de Segurança, agência de inteligência que sucedeu a famosa KGB da URSS. Em 2017, o desenvolvedor do Tornado Cash teria trabalhado como especialistas de segurança da informação para a Digital Security OOO, bem como desenvolvedor de contratos inteligentes.
“O Tesouro [dos EUA] alegou que, a partir de 2015, a Digital Security trabalhou em um projeto que aumentaria as capacidades cibernéticas ofensivas dos serviços de inteligência da Rússia,” destaca a Kharon.
Portanto, muitos especulam que este pode ser o verdadeiro interesse das autoridades holandesas e americanas na prisão do desenvolvedor do Tornado Cash.
Rússia lidera crimes cibernéticos
Além da Rússia já estar sendo sancionada por diversos outros países devido à invasão à Ucrânia, um estudo da Chainalysis realizado em fevereiro aponta que os russos lideram crimes com criptomoedas.
Como destaque, o estudo aponta que 73% dos ransonwares possuem ligação com entidades russas. Além disso, o país também é conhecido pelo seu envolvimento com golpes, mercados negros e outros crimes ligados as criptomoedas.
Portanto, podemos estar presenciando uma nova guerra entre a Rússia e os EUA, desta vez digital, com o surgimento de cada vez mais sanções. Por fim, cabe acompanhar como isso afetará usuários e empresas comuns que podem perder certas liberdades como efeito colateral.
