Atuando no Brasil, com sede em Campinas e região, a Genbit se mostrou como uma pirâmide financeira que lesou milhares de pessoas e, após uma investigação da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), ficou definida uma multa de quase 2 milhões de reais para o esquema que usou a imagem das criptomoedas.
Também conhecida como “Zero10 Club”, o negócio comandado por Gabriel Tomaz Barbosa e seu pai, Nivaldo Gonzaga, ambos investigados em várias esferas.
No caso da CVM, o presidente João Pedro Nascimento declarou que a autarquia pode e deve combater golpes com “roupagem tech” e “chamariz de crypto” no Brasil.
Em 2019, vale lembrar, a CVM já havia emitido um stop order contra a Genbit (Zero10 Club), que agora recebe mais uma atenção.
Golpe antigo, pirâmide de criptomoedas Genbit recebe multa de quase 2 milhões de reais
Após investigações aprofundadas sobre a Genbit pela CVM, ficou claro que a empresa não passava de fachada para um golpe financeiro no Brasil.
De acordo com a Diretora Relatora da CVM, Flávia Perlingeiro, o modelo de negócios da Genbit não se sustentava e operava sem licença da autarquia no país.
Ao analisar o caso nos detalhes, a diretora entendeu por bem aplicar uma nova multa na Genbit, de R$ 930 mil, além de outra no mesmo valor para seu sócio Gabriel Barbosa. Ou seja, eles devem pagar R$ 1.860.000,00 a autarquia.
“Pelo exposto, com fundamento no art. 11, II, da Lei n° 6.385/1976, voto pela condenação
da Gensa Serviços Digitais S.A. (Zero10 Club) e de Gabriel Tomaz Barbosa à penalidade de
multa pecuniária a ser aplicada a cada um, individualmente, no valor de R$ 930.000,00
(novecentos e trinta mil reais), pela realização de oferta de valores mobiliários sem a obtenção do prévio registro perante a CVM nem sua dispensa, em infração ao disposto no art. 19 da Lei nº 6.385/1976 e nos arts. 2º e 4º da Instrução CVM nº 400/2003.”
Acompanhando o voto da relatora, o presidente da CVM, João Pedro Nascimento, reforçou a necessidade de aplicar a multa, publicada na última quinta-feira (22). Assim, a pirâmide financeira, que ruiu em 2019, volta a entrar na mira das autoridades.
Ministério Público Federal informado da decisão
Ao aplicar a multa milionária na pirâmide financeira, a Diretora Flávia Perlingeiro ainda expediu um comunicado sobre a decisão.
Assim, tanto o Ministério Público Estadual de São Paulo, quanto o Ministério Público Federal, devem ser informados sobre a decisão.
De fato, os MPs já investigam o esquema que lesou milhares de pessoas com promessas de ganhos fáceis e rápidos. A Genbit atuou com a proposta de rendimentos entre 5% e 15% ao mês.
Prestes a ruir, ainda emitiu uma criptomoeda própria chamada TreepToken, que iludiu seus investidores. Sem liquidez de mercado, a moeda da Genbit acabou.
Na justiça de São Paulo e outros estados, vários investidores acionaram a empresa pedindo seu dinheiro de volta. Contudo, os sócios da Genbit não foram mais localizados para citação, sendo em alguns casos intimados até via Diário da Justiça.