Ressurgiu no Instagram o CEO da Braiscompany, Antônio Neto Ais, foragido desde a Operação Halving da Polícia Federal. Sua reaparição, ainda que apenas com textos, ocorreu 30 dias após ser alvo de mandado de prisão por possíveis golpes financeiros contra investidores de todo o Brasil.
Ele começou dizendo que inovou, que buscava operar uma empresa que ajudaria famílias, e que seu negócio durou anos no mercado. Contudo, ele sobe o tom contra o judiciário, alegando que por decisão judicial, infelizmente teve de suspender suas atividades.
Chama atenção que a Braiscompany já não vinha honrando saques aos clientes desde o final de 2022, ou seja, a empresa deixou de pagar antes de ser fechada pela polícia federal.
Veja o que mais Antônio Neto Ais disse ao ressurgir após fugir das responsabilidades como CEO da Braiscompany
Em resumo, Antônio Neto Ais culpou terceiros pelos problemas de sua empresa, seja a FTX que faliu nos EUA em 2022, uma suposta pressão de autoridades. Até a queda do bitcoin no mercado foi citada pelo ex-empresário foragido, em busca de justificar seus erros.
A Braiscompany dizia trabalhar com a locação de criptoativos, mas apuração do caso indica que os valores estavam chegando principalmente nas contas dos líderes da empresa.
Antônio Neto Ais chegou a culpar a Binance por travar saques, embora a possível pirâmide financeira nem tivesse conta na corretora. Em seu novo posicionamento, Neto esqueceu de mencionar as acusações em vão que fez contra a empresa.
De qualquer forma, ele culpa a justiça por lhe deixar refém da situação, visto que suas contas em corretoras e bancos estão congeladas. Além disso, seus bens estão a disposição da justiça.
Formado em direito, Antônio Neto escolheu bem as palavras para dizer que os antigos colaboradores da sua empresa fraudulenta não tinham culpa, mesmo eles sendo investigados por cumplicidade com o esquema.
“Culpa toda minha”, disse CEO
Sócios da Braiscompany, em seu CNPJ 30.541.179/0001-55, apenas Antônio Inácio da Silva Neto e Fabrícia Farias Campos poderiam responder pela empresa.
E no seu desabafo, que não está claro se é o final, Antônio Neto disse que a culpa pelos problemas da empresa é integralmente sua. Antes disso, ele chega a lamentar o mal gerado pelo fim da sua empresa, que segundo ele não estava em seus planos.
“Errei em algumas decisões, talvez tenha sido muito otimista em relação ao Brasil“, diz foragido da justiça e suspeito de aplicar golpe de milhões de reais.
Por fim da nota redundante e sem informações aos clientes sobre um possível ressarcimento de valores, Antônio Neto tenta fazer as pazes com seus antigos brokers, assumindo a responsabilidade de tudo.
“Peço perdão por ter falhado”, finaliza Antônio Neto, que fugiu com esposa e filhos e se encontra em paradeiro incerto.
Apesar do pronunciamento tardio do líder supremo da Braiscompany, ele não mostra seu rosto em nenhum momento e não diz onde está o dinheiro dos investidores. Ou seja, pouco mudou para quem sofre sem o acesso ao seu dinheiro, confiado a uma empresa que pode ter sido responsável por um dos maiores calotes da história da Paraíba.